UEG: Orgulho do Povo Goiano
A Universidade Estadual de Goiás, para os goianos é tão importante como a USP, para os paulistas.
A nossa universidade não atingiu o nível da alcançada pela de São Paulo, mas tem um corpo docente, formado por mestres e doutores, que nela entraram pela porta da frente ou seja, através de concursos públicos realizados de forma transparente e dentro do que a legislação determina.
A Instituição nasceu da Universidade de Anápolis e foi estruturada na gestão do ex governador Marconi Perillo, mas nem por isso deixa de pertencer e ser um orgulho para o Povo Goiano.
Na sua implantação houve erros? Houve, a meu ver o primeiro reitor, se preocupou muito mais em formar colégios eleitorais, do que propriamente uma universidade, que viesse atender os anseios da população de onde ela foi criada.
No decorrer de sua jornada em busca do amadurecimento, como ocorreu com a de São Paulo e de outros Estados, novos erros foram cometidos, tais como na área de pessoal, com ênfase para a nomeação de comissionados e temporários.
A opção foi a melhor? Não, mas na ausência de novos concursos públicos, foi a possível. Para além dessa questão, pode se afirmar que houve ingerência política, no preenchimento de cargos administrativos? Houve, de deputados estaduais, federais e senadores, cujas bases eleitorais, contavam com unidades da Instituição. Esse é um erro crasso cometido por políticos de todos os partidos que ocupam o poder no Estado.
No decorrer de sua história, outros erros administrativos, foram cometidos por seus gestores, atendendo ou não a determinação do Chefe do Poder Executivo a época? Não tenho dúvida, mas muitos acertos também houveram, permitindo que grande parte dos cursos, alcançassem, conceito “A ou B”, pela dedicação de grande parte dos docentes, no exercício do ofício, ministrando aulas.
Na universidade várias linhas de pesquisas foram abertas, por orientação de mestres e doutores. Foram feitos intercâmbios, com outras universidades, inclusive fora do país para melhor capacitar os professores e, esses poderem melhorar o desempenho, em suas salas de aulas, mesmo estando a 7 anos, sem nenhum aumento, reduzindo o seu nível de renda.
Não obstante ao relatado anteriormente, assume de forma interina um reitor, proveniente da Procuradoria Geral do Estado. Embora seja bem intencionado não conhece as especificidades e a singularidade do papel exercido por professores e administrativos, na instituição. Ele substituiu o reitor anterior, que por irregularidades cometidas na gestão, segundo auditoria realizada, perdeu a condição de se manter na função.
Na gestão do atual reitor, foi apresentado um plano de reestruturação da universidade, de cima para baixo, visando reduzir gastos operacionais e também, dar a universidade um ganho qualitativo, uma vez que, nas gestões anteriores se presavam mais pelo aspecto quantitativo, fazendo da universidade, um meio para a promoção do desenvolvimento regional.
A instituição pode exercer esse papel? Pode, desde que seus Campus, ofereçam cursos, cujos custos não promovam o desequilíbrio fiscal da entidade.
No decorrer de sua existência enfrentou e ainda enfrenta, problemas de natureza fiscal, a impedindo de melhor qualificar seus discentes.
Diante do cenário atual, ajustes eram necessários mas não os que ampliam para vinte horas, as aulas dos professores, sem que tenham disciplinas, para lhes oferecer nos campus, onde atuam mediante concurso público.
Uma medida como essa partindo da reitoria com o aval do Governador, tende a reduzir salários, daqueles que para sobreviverem de forma digna, do magistério, tem que fazer bicos, nas poucas horas vagas.
Como é do conhecimento de todos, educação não pode ser vista como despesa e sim como investimento, pois é o único meio de transformar a vida do indivíduo na sociedade.
O professor por sua vez tem pouco valor pois contribui para a formação de todos os profissionais liberais, mas o salário deles comparados com esses mesmos profissionais é baixíssimo, razão do desestímulo para com essa importante profissão.
Pela experiência como homem público e sabedor do espírito de justiça do governador, esperamos que o Chefe do Poder Executivo Goiano, ouça as ponderações de uma comissão formada por professores e administrativos e possa repensar algumas decisões já tomadas em desfavor da universidade e de seu corpo docente. Sem professores capacitados e motivados, não há ensino e muito menos, condições, para aprendizagem de alunos, que dependem do ensino público, para transformar suas vidas. Para reflexão.