
Muitas vezes, vemos um contraste entre a espiritualidade genuína e a religiosidade institucionalizada. Há momentos em que a religião, enquanto sistema, parece não acolher verdadeiramente a mensagem de Jesus. Isso acontece porque o Evangelho liberta as pessoas, convida à transformação interior e desafia estruturas de poder.
Quem se encaixa perfeitamente nesse modelo religioso é alguém como Judas, que buscava benefícios pessoais. Mesmo após anos ao lado de Cristo, ele não queria ser confrontado em seus erros ou mudar de vida. Ele preferia um caminho mais conveniente, onde pudesse negociar e obter vantagens, sem precisar passar pelo processo de negação de si mesmo e renascimento espiritual.
A religião, em sua forma mais corrompida, prefere manter o controle sobre as pessoas por meio do medo e da culpa. Apresenta um Deus distante, que castiga e pune, mas que também pode ser “aplacado” se você fizer tudo certo: se pagar, se se esforçar, se se sacrificar o suficiente. Nesse sistema, a graça é substituída por barganha.
Por isso, a presença de Jesus incomoda tanto. Ele atrapalha esse sistema ao oferecer amor, liberdade e transformação verdadeira — não baseada em troca, mas em entrega e fé. E esse desconforto pode fazer com que até hoje muitos ainda rejeitem a essência do Evangelho.