PSDB segue sem indicar qual caminho seguirá no Brasil

Partido entrou em crise após últimas eleições. Grupo político baseado em Fernando Henrique Cardoso não conseguiu renovar quadros, discursos e saber se posicionar no país

Fundado em 25 de junho de 1988 por dissidentes do PMDB, como Franco Montoro, Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) vive o seu pioro momento.

Se nós anos 90 foi o partido da estabilidade, responsável pelo distante plano real, hoje é a legenda que mal consegue ficar de pé com a queda drástica de eleitos em seus quadros.

O PSDB buscou ser uma alternativa política que promovesse a social-democracia no Brasil. Foi fundamental para a estabilidade democrática e desenvolvimento do país. Após dois governos do ex-presidente Fernando Henrique, não conseguiu mais conquistar o poder Executivo federal.

Ao ser eleito presidente em 1994 e reeleito em 1998, implementando o Plano Real e consolidando a estabilidade econômica do país, Fernando Henrique modernizou o corpo legal do Brasil e preparou terreno para as gestões do PT.

O PSDB consolidou-se como uma das principais forças políticas do Brasil, especialmente no estado de São Paulo, onde governou por mais de duas décadas. Principal opositor ao Partido dos Trabalhadores (PT), protagonizando disputas eleitorais acirradas e polarizadas, ele acabou perdendo o posto, diante da desilusão da direita, que, cansada do PT, depositou sua fé política na extrema direita, cujas legendas pouco importam – como era com o PSL e hoje ocorre com o PL.

Nas eleições de 2022, o PSDB sofreu seu pior desempenho histórico: não conseguiu eleger governadores em estados-chave como São Paulo e Minas Gerais. E pior: sua bancada federal reduziu significativamente.

Aécio Neves, deputado federal do PSDB: político é um dos principais cardeais do partido

Este cenário se agravou. E agora intensificaram os debates internos sobre o futuro do partido. A possibilidade de fusão com outras siglas ou a formação de federações partidárias é cada vez o melhor caminho para o grupo político. Existem hoje três possíveis caminhos para o PSDB: a extinção do partido, a fusão com outra legenda ou a manutenção da sigla com reestruturação interna.

Leia mais  Jesus Chorou

A primeira opção é vista como extrema e pouco provável, dado o legado histórico do partido. A fusão com outras siglas, como MDB, Cidadania ou Podemos, tem sido discutida: seria a forma de sobrevivência política e fortalecimento eleitoral.

Por último, há uma corrente interna que defende a manutenção do PSDB. Ela aposta na renovação de suas lideranças e na recuperação de sua identidade política. Mas este grupo perde fôlego diante das últimas pesquisas que revelam o Brasil polarizado.

Marconi Perillo, presidente do PSDB: partido atual apresenta dificuldades para decidir futuro

Atual presidente do PSDB, Marconi Perillo, não tem ainda uma solução imediata para a legenda. Aécio Neves, deputado federal de Minas Gerais, tem como predileção voltar os tucanos para o antigo ninho emedebista – o que não seria o melhor caminho para Marconi, cujos integrantes do MDB são os maiores adversários em Goiás.

Mas o político mineiro sonda também a junção com o Podemos. E manda devolverem a coroa de flores encomendada para o enterro do PSDB.

A crise reflete o enfraquecimento do centro político e a ascensão de forças mais polarizadas. Há três meses, a fusão com o PSD parecia a mais provável. Falou-se muito. E o tempo passou. O PSDB segue em busca de uma solução, antes que seja tarde e a legenda acabei estigmatizada como um partido nanico ou antigo.

Compartilhe seu amor
Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

Alan inicia seus trabalhos com o único objetivo, trazer a todos informação de qualidade, com opinião de pessoas da mais alta competência em suas áreas de atuação.

Artigos: 18447