
Sandro Ragonezzi
Especial para DM / Blog do Alan Ribeiro
Marconi Perillo está vivendo talvez o momento mais delicado de sua trajetória política. A possível fusão do PSDB com MDB ou PSD coloca em risco não apenas seu protagonismo, mas até mesmo sua sobrevivência dentro do cenário político nacional. Ele, que já governou Goiás por quatro mandatos e foi uma das principais lideranças tucanas no país, agora se vê encurralado em um partido em extinção e sem grandes perspectivas de futuro.
A resistência dele contra a fusão com MDB ou PSD faz todo o sentido. No MDB, seria tratado como ‘persona non grata’, principalmente pela ala goiana comandada pelo vice-governador Daniel Vilela. No PSD, seria apenas mais um nome sem espaço real de poder sob a liderança de Gilberto Kassab. É compreensível, portanto, que Perillo tente jogar suas fichas no Podemos, partido menor e sem grandes caciques nacionais, onde ele ainda poderia ter alguma influência.
Mas o problema de Marconi não é apenas partidário. Seu nome carrega um histórico pesado de denúncias e escândalos, como a Operação Cash Delivery, que o apontou como suspeito de ser beneficiário de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Essas questões o tornam um nome indigesto para qualquer partido que queira construir uma imagem de renovação ou distanciamento da velha política.
Ainda assim, é preciso reconhecer que, apesar das diversas denúncias e até de uma prisão temporária, nada transitou em julgado contra ele. Isso significa que, do ponto de vista jurídico, ele ainda pode alegar inocência e se defender de qualquer acusação. Mas politicamente, a conta pode estar chegando. Sem partido forte, sem base consolidada e com um passado que não o favorece, Marconi pode estar vendo o fim de sua relevância política.