Antes do alvorecer do dia já iniciavam os preparativos para o princípio da jornada através das margens históricas do leito da antiga ferrovia.
Pouco a pouco iam chegando os ciclistas em frente a antiga estação ferroviária de Goiânia. Construída em 1950 e inaugurada em 1952, a portentosa e imponente obra de engenharia e arquitetura de estilo Art déco que viu passageiros chegarem e partirem por décadas, agora é palco de um momento histórico, de resgate da memória coletiva Goiana daquele que foi o transporte essencial para o desenvolvimento econômico desse Estado nas primeiras décadas do Séc. XX e que abriu possibilidades de comércio, interligação regional e nacional, além do intercâmbio cultural com as diversas levas de imigrantes europeus, sírios libaneses, asiáticos, etc, que para cá vieram com seus sonhos na bagagem e que acabaram ajudando a construir nosso Estado.
A conexão do goiano com a ferrovia é tamanha que até entrou no vocabulário goianês: é trem pra cá, trem pra lá, trem bão, trem ruim, trem custoso. trem gostoso. Haja trem…
Na manhã desse dia novos encontros são feitos, novas conexões com os demais ciclistas que farão essa cicloviagem e que vão se achegando e somando.
Abre-se um momento para as fotos, discursos diante do momento histórico, o necessário marketing e o registro para a posteridade. Em meio à tudo isso, um momento para a oração, uma prece elevada ao alto. Deus na frente, pois “se Ele é por nós, quem será contra nós”.
O sol nasceu, já alvoreceu. Que a luz desse dia jogue luz sobre a história de caminhos já quase desconhecidos e que agora serão resgatados da letargia do esquecimento .
“Bon Voyage”…
Texto Murah Rannier Peixoto Vaz
Imagens Jair Jr.
