Nogueira destacou a importância da oposição para o fortalecimento da democracia no Brasil, deixando claro que suas críticas são direcionadas à forma como Lula governa, e não de maneira pessoal.
Durante um evento do Lide Brasil em Nova York nesta terça-feira, 14, o ex-ministro chefe da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL), Ciro Nogueira (pP-PI), afirmou que tem enorme respeito e carinho pelo presidente Lula (PT), considerando-o “até certo ponto um amigo”.
Nogueira destacou a importância da oposição para o fortalecimento da democracia no Brasil, deixando claro que suas críticas são direcionadas à forma como Lula governa, e não de maneira pessoal.
Em seu discurso, o ministro também estabeleceu um paralelo entre Lula e Getúlio Vargas, argumentando que ambos foram presidentes que implementaram políticas significativas em seus primeiros mandatos, mas que, em seus segundos governos, retornaram em um contexto diferente, fora de sintonia com a época.
“Eu tenho um respeito enorme pelo atual presidente da República, uma pessoa que eu tenho um carinho, considero até certo ponto um amigo apesar de fazer uma oposição sistemática a seu governo, até pelo fato de eu ter sido um importante ministro do presidente Jair Bolsonaro. Nós estamos talvez repetindo um fato histórico do que aconteceu no passado. Eu comparo muito o que esta acontecendo no Brasil com o retorno de Getúlio Vargas à presidência. Getúlio tinha sido um grande presidente que implementou diversas reformas, mas quando voltou, voltou fora de sua época e não conseguia mais se comunicar com sua população. Agora, cabe a todo o corpo político do nosso pais, em especial no Congresso Nacional, procurarmos nos mobilizar. Não fazer oposição, por oposição. Mas a oposição é necessária, jamais vocês tem visto nas minhas críticas uma crítica pessoal, mas a forma como ele vem governando o nosso país”, afirmou o senador.
Além disso, Nogueira abordou a postura do Brasil em relação a Israel e Gaza, sugerindo que as críticas do país a Israel podem prejudicar sua posição no cenário internacional. Ele também fez projeções para o futuro político do Brasil, prevendo que o próximo líder político de destaque, comparável a Juscelino Kubitschek, emergirá do campo da direita.
“Eu vejo que nós temos nesses contrastes uma oportunidade de ouro. Porque esses contrastes estão fazendo que as pessoas vejam o que não querem para o futuro do Brasil. Eu acho que depois de Getúlio nós tivemos um grande presidente, um dos maiores da história que foi Juscelino. Está chegada a hora de nós esperarmos no Brasil a chegada de um novo Juscelino. E ele pode estar aqui entre nós. Caiado [governador de Goiás], Ratinho [governador do Paraná], Tarcísio [governador de São Paulo]… Se meu querido Helder [governador do Pará] vier um pouquinho mais pra direita também pode ser esse Juscelino”, afirmou Ciro Nogueira.
Ciro Nogueira foi eleito senador pelo pP do Piauí. Ele assumiu a posição de ministro-chefe da Casa Civil de Bolsonaro e foi um conselheiro próximo do ex-presidente. Após a derrota eleitoral de Bolsonaro, Nogueira desempenhou um papel na transição governamental.