Nilson Gomes: Vanderlan poderia combater 2 monstros, a fome e o frio, e o pai de ambos, o desemprego

Nesta quarentena inventou-se um ofício, o de médico prático, alguma coisa entre o raizeiro e o acadêmico de internet. Numa faculdade assim, o chefe da comissão de formatura seria o senador Vanderlan Cardoso (PSD), que considera absurdo o isolamento social. É jogo de cena para ficar íntimo dos Bolsonaro e seus ministros e conseguir montanhas de cédulas. O apelido disso é municipalismo.

Vanderlan independe do Erário para praticar o bem. É multimilionário, mas lamentavelmente entende que dinheiro serve apenas para gerar mais dinheiro. Não sustenta creches, não paga bolsas de estudo a talentos filhos de pobres, não faz caridade, jamais foi à Ceasa arrematar verdura para famílias carentes.

Cadê as montanhas de alimentos doados por Vanderlan para os goianos em dificuldades por causa da pandemia? Não reconhece a existência nem da pandemia, muito menos que haja goianos em dificuldades.

Neste meio de ano de madrugadas friorentas para os padrões locais, não percorre as calçadas e mocós entregando cobertores sapeca-povin e blusas adquiridos às suas expensas. Por um motivo prosaico: não as adquiriu.

Pelo nível financeiro de sua excelência, cinco bitrens de mantimentos e outros tantos de abrigos de malha sequer mexeriam em seu saldo bancário.

Já que não doa nem uma carroça com alimentos e roupas, que entrasse na modinha e rodasse as periferias distribuindo álcool em gel e máscaras. Mas não reconhece o novo coronavírus, pois na pose é doutor em infectologia e pneumologia. Relembrando que o nobre da Casa Alta sequer concluiu o que em seu tempo era chamado de Pré-Chulé, a fase inicial do ensino básico.

Mesmo analfa culturalmente, rico se considera deus e rico com mandato é deus com céu particular. Por isso, o doutor Vanderlan conclui que a forma eficiente de evitar o contágio pelo novo coronavírus é imitando quem está acima de todos, o presidente Jair Bolsonaro: enfiando os pés pelas mãos. Já acharam até o Queiroz, mas ninguém encontra sentido nessa pagação de micos.

Porém, ainda resta esperança. Afinal, persistem a crise que tira o alimento das famílias e o frio que demanda cobertores e moletons.

Vanderlan permanece com a oportunidade de sacrificar parte do imenso patrimônio para debelar os dois monstros (a fome e o frio).
Ganhou a chance de usar seu mandato para apoiar o presidente e pedir para rever o veto que tirou de pequenas e microempresas R$ 15,9 bilhões. Com isso, espantaria o terceiro monstro, o desemprego.

Frio, fome e desemprego. Vanderlan conhece os três. Quem gela os ossos ao relento descobre o que desassossega a carne trêmula. Quem se vê nos olhos da fome traduz em sua dor a necessidade que faz o homo sapiens pular. Quem se vê no olho da rua se sente um dicionário da crise, pois resume no estômago seus dois efeitos funestos, a fome e o frio.

Vanderlan mataria os três monstros usando apenas um escorpião — o que carrega no bolso.

Opinião do Blog – lamentável é o comportamento e a atuação de parlamentares como o senador (com s minúsculo) Vanderlan Cardoso. Infelizmente o mandato é de oito anos, mas só final dele o povo fará com que ele volte para onde nunca deveria ter saído: sua casa.

Vanderlan mataria os três monstros usando apenas um escorpião — o que carrega no bolso.

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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