Welliton Carlos
Transitivo direto e pronominal, o verbo “civilizar” jamais poderia ser aplicado ao Governo de Goiás anterior ao atual. Envolvido em inúmeros escândalos e acúmulos de dívidas, para piorar, a última gestão dissolveu o maior patrimônio dos goianos: a Celg.
Civilizar é converter-se ao estado de civilização, de civil, de ser bem-educado, de ser – enfim – cidadão.
Ainda que se reconheça aqui e ali poucos avanços na gestão anterior, pouquíssimo para 20 anos de um grupo no poder (afinal, alguns imperadores e reis não ficaram nem a metade de tempo), eis que o governador Ronaldo Caiado civilizou a gestão pública goiana em poucos meses.
Por meio de uma série de ações, deixou claro qual é seu estilo de gestão. Goiás precisa avançar, pois se estagnou nos índices sociais e econômicos. Tornou-se estado rude e violento, a sede do crime organizado.
Por isso devemos dar um voto de confiança ao novo governador, que foi direto na boca do leão e encarou os desafios.
Eis o resumo do governo Caiado em 200 e poucos dias: economizou R$ 1 bilhão junto aos empresários, por meio de novo acordo quanto aos benefícios fiscais; vendeu carros de luxo e empregou o dinheiro em hospitais; aplicou R$ 150 milhões para criar 50 novas UTIs na crise do Materno Infantil; quitou 75% do calote deixado pela gestão anterior referente ao salário de dezembro dos servidores públicos; cumpriu a promessa de acabar com a Terceira Classe (PM ganhando R$ 1500); reduziu em 60% a dívida herdada pelas gestões anteriores (R$ 6 bilhões); criou um gabinete efetivo de políticas sociais; entregou viaturas rurais e maquinários para prefeituras; estancou a crise em Goiás e colocou o Estado líder na geração de empregos no Centro-Oeste em poucos meses; reduziu em 12% os índices de homicídios e em 72% o novo cangaço (explosão de bancos, que era moda no governo anterior); trouxe grandes indústrias para Goiás (Guaraná Mineiro, por exemplo); iniciou a vistoria em R$ 545 milhões de contratos públicos e já economizou R$ 87 milhões em função de irregularidades detectadas; ordenou o princípio da impessoalidade nas repartições, vedando uso de sua imagem nas paredes; acabou com tarifas absurdas no Detran; reduziu de R$ 175,76 para R$ 108,00 (redução de 38%) a taxa de vistoria; criou o programa CNH solidária (que emite CNH de graça para vulneráveis), economizando R$ 11,6 milhões da população mais carente; efetuou reforma administrativa com previsão de economizar R$ 422 milhões; cortou 3800 cargos e funções.
Em seis meses, Caiado conseguiu um recorde: nenhuma denúncia de corrupção. Foi atuante nos debates da reforma da previdência, liderando os governadores.
Que seu estilo de atuação seja exemplo para o presidente Jair Bolsonaro.
Sua atuação já é paradigmática para quem deseja comparar gestões. Ele tem ações diárias para efeito de conferição.
Quem se habilita a colocar seis meses de gestão lado a lado? É possível conferir a dos outros governadores observando as manchetes dos jornais a cada tempo de gestão.
Welliton Carlos é professor universitário, advogado, jornalista, mestre em Comunicação, em Direito e doutor em Sociologia pela UFG
