
Ranking da honestidade. Suíça é a mais honesta. China ficou em último lugar. Brasil está em 26º lugar
Foram distribuídas 17.303 carteiras em 40 países. Nelas haviam dinheiro, cartões identificados com nome, profissão e e-mail em parte externa, além de uma chave e lista de compras
Se você encontrasse uma carteira cheia de dinheiro no meio da rua, o que você faria? Uma pesquisa (íntegra) realizada por universidades dos EUA e da Suíça, publicada pela revista Science, distribuiu 17.303 carteiras em 355 cidades pelo mundo –com ou sem dinheiro. O objetivo? Medir a honestidade cívica das pessoas.
O resultado elegeu a Suíça como o país mais honesto e a China, o mais desonesto. O Brasil ficou em 26º lugar. Na frente do território brasileiro estão a Argentina (18º), Portugal (20º), EUA (21º), Reino Unido (22º) e Chile (25º). Eis tabela completa:
ranking dos países por honestidade
*maior número de carteiras devolvidas
| posição | países |
|---|---|
| 1º | Suíça |
| 2º | Noruega |
| 3º | Países Baixos |
| 4º | Dinamarca |
| 5º | Suécia |
| 6º | Polônia |
| 7º | República Tcheca |
| 8º | Nova Zelândia |
| 9º | Alemanha |
| 10º | França |
| 11º | Sérvia |
| 12º | Austrália |
| 13º | Croácia |
| 14º | Espanha |
| 15º | Rússia |
| 16º | Romênia |
| 17º | Canadá |
| 18º | Argentina |
| 19º | Israel |
| 20º | Portugal |
| 21º | Estados Unidos |
| 22º | Reino Unido |
| 23º | Grécia |
| 24º | Itália |
| 25º | Chile |
| 26º | Brasil |
| 27º | África do Sul |
| 28º | Tailândia |
| 29º | México |
| 30º | Índia |
| 31º | Turquia |
| 32º | Gana |
| 33º | Indonésia |
| 34º | Emirados Árabes Unidos |
| 35º | Malásia |
| 36º | Quênia |
| 37º | Cazaquistão |
| 38º | Peru |
| 39º | Marrocos |
E por último a China em 40°.
O estudo foi realizado ao longo de 3 anos. As carteiras, tinham, além de dinheiro (quantia de acordo com o poder de compra do país respectivo), cartões identificados com nome, profissão e e-mail em parte externa, além de uma chave e lista de compras.
O material das carteiras era transparente, sem que fosse necessário abrí-la para ver os dados do dono Reprodução/Science
Em todos os casos em que as pessoas entravam em contato para devolvê-las, eram enviadas mensagens agradecendo o esforço e dizendo para que o dinheiro fosse doado para instituições de caridade ou que ficasse para a pessoa.
As principais conclusões foram:
- Quanto mais dinheiro nas carteiras, maior o número de devoluções;
- Mais comum devolverem carteiras com dinheiro (51% dos casos) do que sem dinheiro (40% dos casos)
- A taxa de devolução elevou para 72% contra 61% nos nos países EUA, Reino Unido e Polônia quando os valores subiram;
- Os motivos para devolução de carteiras com mais dinheiro são: preocupações a imagem de ladrão e por considerar o objeto valioso para o proprietário por conta da chave;
- Haviam mais tentativas de devoluções em lugares com menor nível de corrupção, como em países escandinavos.
Assinada pelos representantes Alain Cohn, da Universidade de Michigan (EUA); Michel Maréchal, da Universidade de Zurique (Suíça) e Christian Zünd, da Universidade de Utah (EUA), a pesquisa relacionou a honestidade cívica à incentivos materiais, ou seja, à medida que o valor monetário aumenta, o fator desonestidade cresce.
O altruísmo também foi avaliado como diretamente proporcional à desonestidade. Para o estudo, a preocupação com o próximo normalmente é menor do que com a própria.
“O interesse próprio praticamente sempre domina as preocupações pelo bem-estar dos outros”
NO BRASIL
As cidades brasileiras Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, São Paulo e Manaus receberam ao todo 400 carteiras. O número de devoluções ficou próximo da média mundial.
O material das carteiras era transparente, sem que fosse necessário abrí-la para ver os dados do dono 

