
Modelo de saúde goiano: Hugo é interditado após caos no atendimento.
O motivo é grave: a unidade coloca em risco profissionais e pacientes.
Criado em 1987 e colocado em funcionamento no início da década de 1990, o Hugo foi idealizado pelo ex-governador Henrique Santillo, que em vida já alertava para a necessidade de que os gestores futuros cuidassem com atenção da unidade.
Agora, 31 anos depois, a unidade sofre exatamente com a desídia do poder público: a falta de medicamentos e insumos “colocam em risco grave, iminente e recorrente a vida dos profissionais que atuam no local”, informa o Ministério Público do Trabalho (MPT), órgão responsável pela grave medida administrativa.
Seus peritos e integrantes do Conselho Federal de Farmácia comprovaram a situação caótica da unidade.
Conforme o MPT, o Hugo terá que apresentar na quarta-feira, 26, um plano de emergência, reduzir a admissão de novos pacientes e divulgar “protocolos emergenciais”.
O motivo para a crise é a falta de repasses do Governo de Goiás para a Organização Social que faz a gestão da unidade.
Há um mês a unidade dá sinais de que não conseguirá chegar funcionando até o final do ano.
Usado nas campanhas eleitorais do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) como vitrine da sua gestão em saúde, o Hugo não apresenta mais condições de funcionamento diante da demanda e poucos recursos repassados para a unidade.
A reportagem não recebeu até o momento a versão do hospital para as exigências administrativas e explicações sobre os motivos que levaram a unidade a ser interditada.