
Um emedebista conta que, em 1982, Iris Rezende, candidato a governador, visitou uma cidade do interior e conversou com um líder municipal. Com seu jeito maneiroso, o emedebista pediu-lhe apoio. O homem disse: “Já prometi o meu voto e o voto da minha mulher para Otávio Lage”. Com sua habilidade habitual, Iris Rezende disse: “Tudo bem, o sr. e sua sra. votam no Otávio, mas você me apoia”. O político interiorano, pego numa saia-justa, concordou: e ele e sua mulher votaram em Otávio Lage, mas apoiaram o postulante do Manda-Brasa, que foi o mais votado no município.
O prefeito de Goiânia, Iris Rezende, pode estar repetindo a história ocorrida há 36 anos. Teoricamente, o emedebista vota em Daniel Vilela para governador. Ele e sua mulher, Iris Araújo, candidata a deputada federal. Mas apoia de verdade o jovem emedebista? É possível que não.
Na prática, Iris Rezende e Iris Araújo apoiam Ronaldo Caiado. Por qual motivo? Puro pragmatismo. Querem ajudar o candidato do DEM a liquidar a fatura já no primeiro turno.
A aliados, sobretudo àqueles que são de fato amigos, Iris Rezende teria confidenciado que não imaginava mais que alguém pudesse derrotar o grupo do ex-governador Marconi Perillo — depois de o MDB ter perdido para o tucanato durante 20 anos. Por isso, na reta final, o apoio — mais ou menos disfarçado (só não percebe quem não quer) — à candidatura de Ronaldo Caiado, que o irismo percebe como o único anti-marconista capaz de derrotar o marconismo. “O sonho de Iris Rezende é derrotar Marconi Perillo, direta, ou como agora, indiretamente”, afirma um deputado do MDB.
Legenda da foto de capa: Caiado e Iris
Fonte: Jornal Opção