
Antes de falar ao mundo, fale ao seu próprio coração. Antes de pregar, viva aquilo que prega. Há quem confunda conselho com alívio e acabe transmitindo aos outros algo que ainda não conseguiu viver. É mais fácil apontar erros do que encarar o espelho; mais cômodo corrigir de fora do que mergulhar dentro de si.
Mas chega um momento em que o próprio discurso se torna armadilha, e o peso das palavras retorna para quem as pronunciou. Nenhum sermão tem força se não nascer enraizado no coração de quem o diz. A vida exige coerência, e o mundo já está saturado de vozes altas e vazios profundos.
Antes de ensinar o caminho, percorra-o. Antes de dizer como mudar, mude. Ninguém escuta verdadeiramente quem vive com o som desligado por dentro. A melhor versão de nós começa quando deixamos de querer impressionar e decidimos nos transformar.
O mundo não precisa de juízes cansados, mas de pessoas que sangram, curam e seguem. Primeiro em si mesmas. Depois, talvez, nos outros.