
O dia 31 de janeiro de 1920 marcou a inauguração da Ponte São Bento sobre o rio Corumbá, no local conhecido como rochedo de São Benedito e São Bento, ligando Caldas Novas a Ipameri. Ipameri era a ponta dos trilhos da estrada de ferro, a última estação, sendo ligação permanente e regular com o Centro-Sul do País. A ponte significava romper de vez o isolamento secular que limitava as possibilidades de crescimento de Caldas Novas e de todas as localidades da região. Por isto, seu idealizador, coronel Bento de Godoy, a construiu e pagou do próprio bolso o valor total de 280 contos de réis.Para tanto, ele contou com o trabalho competente de seu sobrinho e braço direito, o engenheiro José Teófilo de Godoy, o Juca de Godoy, que fez os cálculos preliminares após a escolha do local onde seria construída. Nos anos seguintes, Juca tornou-se prefeito de Caldas Novas e construiu como prefeito e como engenheiro a estrada de rodagem (como se dizia então) até Ipameri.
Apesar dos altos custos da obra, devido ao relevo acidentado da região, este projeto também foi financiado pelo coronel Bento. O apoio político do então governador e futuro senador Olegário Pinto também foi decisivo na concretização destas obras. Grande amigo de Caldas Novas e apaixonado pela região, Olegário esteve associado a todas as etapas de avanço da ferrovia em território goiano. Mas após sua morte, em 1929, a ferrovia não mais avançou e o projeto de levá-la até a capital, Cidade de Goiás, foi abandonado.
A Ponte de Madeira
Em 1909, o fazendeiro Joaquim de Deus Passos, o Quincão, que tinha propriedade às margens do Corumbá, havia conseguido a concessão do governo e construído uma ponte de madeira.
Para grande frustração de todos, a ponte foi levada pela cheia do Corumbá em 1910, um ano depois de entrar em funcionamento.
Mas os benefícios obtidos nesse curto espaço de tempo foram suficientes para que produtores e população em geral tivessem a certeza de que a ponte era a solução para o progresso local.
A Urbanização de Caldas Novas
Os anos que vão de 1909 a 1923 foram os mais importantes da história de Caldas. Entre 1909 e 1910, o coronel Bento aprovou o projeto de Juca de Godoy para urbanizar a currutela que Caldas representava na época. Com o auxílio do teodolito, Juca implantou o traçado urbano generoso e amplo (o mesmo que existe no centro de Caldas até hoje), retificando e alargando as ruas, criando praças e preparando a vila que, em 1911, tornou-se sede do município de Caldas Novas.
A Ferrovia chega a Ipameri
Em 1913, a ferrovia saltou o Paranaíba e reforçou a importância de uma ponte que permitisse a construção de uma estrada de rodagem ligando Caldas Novas a Ipameri. A possibilidade concreta disso se tornar realidade começou a ser articulada em julho desse ano, com a posse do governador Olegário Pinto.
O então prefeito de Caldas, coronel Bento de Godoy, adquiriu duas diligências para serem colocadas numa linha de Caldas a Ipameri: uma até o rio Corumbá e a outra, da margem oposta até Ipameri.
Finalmente, em 1918, o coronel Bento conseguiu do presidente João Alves de Castro a concessão para exploração dos serviços da ponte. Em troca do pedágio, Bento de Godoy arcou com os duzentos e oitenta contos de réis que a ponte
onstrução da Ponte “São Bento” sobre o Rio Corumbá entre os últimos anos da década de 20 e início da década de 30. Interligou os municípios de Ipameri e Caldas Novas, facilitando as viagens pela pitoresca e acidentada estrada e a travessia de balsa que era obrigatória até então. O nome foi também uma homenagem ao seu grande batalhador Cel. Bento de Godoy.