
Entre a multidão apertada, uma mulher se esgueira. Ela não tem nome nos Evangelhos, mas sua história ecoa há mais de dois mil anos. Doze anos de dor, isolamento e vergonha. Doze anos de busca por uma cura que não vinha. Mas naquele dia, ela ouviu falar de um homem chamado Jesus – ou Yeshua, como era chamado entre os seus.
Ela não se sentiu digna de falar com Ele. Não se atreveu a pedir algo. Apenas creu que se conseguisse tocar, mesmo que fosse apenas a orla do seu manto, seria curada.
E foi.
Aquela mulher nos ensina que fé verdadeira não grita, não exige. Ela apenas toca com esperança. Um toque silencioso, mas cheio de poder. Um gesto simples, mas que moveu o céu. Porque o que curou aquela mulher não foi apenas o toque, mas a fé que ela carregava no coração.
Jesus parou. Em meio a tanta gente, Ele notou aquele toque diferente. Não deixou que ela fosse embora escondida. Ele a chamou de “filha” – devolvendo não só a saúde, mas a dignidade, a identidade e a paz.