Como Caiado ‘virou a chave’ das eleições em Goiânia

Disputa que seria meramente ideológica teve guinada para debate de competências. Governador Ronaldo Caiado mudou o tom e sublinhou diferencial entre dois postulantes da direita

Welliton Carlos*

Principal player da disputa eleitoral goiana, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) tornou a eleição na Capital mais competitiva no decorrer da campanha e decisiva para o futuro dos moradores.
O governador e seu partido foram os últimos a entrarem na campanha. Ao apresentar o empresário Sandro Mabel (UB), em julho, Caiado jamais deixou de reiterar que tinha diferenças políticas com o candidato e ao mesmo tempo admiração. Pretendente que iniciou a disputa em terceiro/quarto lugar nas pesquisas, Mabel chega agora ao fim de campanha como favorito a vencer as eleições.
Desde o início oficial da campanha, em lançamento de Sandro Mabel no clube Jaó, o governador percorreu apenas na Capital mais de mil quilômetros em carreatas, caminhadas e visitas às entidades de classe.
Após perceber que a disputa se daria com a nacionalização dos temas, o gestor se preparou para enfrentar o PT e o PL com seu viés bolsonarista mais maléfico – cuja diretriz de extrema direita contaminou o debate político brasileiro a partir de uma postura anticiência e antipolítica.
Com o desenvolver da campanha, Caiado imprimiu ritmo e deu o tom do debate, afastando a pura nacionalização – que prejudica a cidade ao nublinar assuntos sérios como coleta de lixo e saúde – e deu ao debate a necessidade de certificação da competência. Caiado “virou a chave da disputa”. E o que caminharia para um infrutífero debate ideológico virou um despertar de consciência – Goiânia merece o melhor candidato.
A disputa eleitoral entre Sandro Mabel e Fred Rodrigues (PL) concentra-se na reta final em um chamado de consciência: “Quem é mais preparado e competente?”.
A pergunta de Caiado se espalhou nas redes, imprensa e chamou o eleitor à razão: de um lado está um empresário, ex-deputado federal e ex-presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg). Do outro, um jovem eleito para ser deputado estadual (que teve o mandato cassado) e ex-assessor de uma ex-vereadora (também cassada).
A diferença tão evidente somente na reta final da campamha, conforme mostram as pesquisas, tem sido assimilada pela grande maioria do eleitorado.
Caiado assumiu a missão e o discurso de que precisa esclarecer a população. Tem feito isso durante toda a campanha. Mas nos últimos dias simplesmente criou um mantra em defesa de Goiânia: “A Capital precisa escolher o melhor, o mais competente”. “Goiânia e Aparecida pedem por pessoas com habilidade de gestão, mas também políticas. Que saibam construir maioria na Câmara Municipal, eleger alguém que dê governabilidade e, principalmente, direcionar os rumos da cidade”, disse, em referência a quem pode buscar consenso com vereadores e não bater de frente e inviabilizar as ações do Executivo.
Vice-governador e aliado de Caiado, Daniel Vilela tem reforçado o ponto: “Mabel tem experiência em gestão, além da habilidade política, e vai ajudar a fazer com que Goiânia volte a ser uma cidade inovadora e inteligente. Precisamos dar esse voto de confiança para voltarmos a ter uma cidade limpa, verde e referência em qualidade de vida.”
Em uma demonstração de reconhecimento do apoio popular, Mabel observou a receptividade de sua presença nas ruas: “Sempre que o nosso governador vem, a carreata fica mais alegre. Todo mundo na cidade gosta do Ronaldo”.

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Voto no olho

Caiado reforçou a importância de uma campanha próxima ao eleitor. “Voto se pede olhando no olho. Temos que ter orgulho do nosso candidato. Ele está concorrendo com quem não tem respaldo algum, nem capacidade de governar Goiânia”, tem dito o gestor do Estado.
Ele lembra aos eleitores a necessidade de uma escolha consciente: “Tenho certeza que os eleitores vão refletir muito. Não é votar no imaginário, mas analisar o currículo de quem tem capacidade e competência para governar a cidade de Goiânia”.
A justificativa de sua escolha é técnica. Ele explicou ao autor desse artigo: “Eu busquei o Sandro porque o momento que Goiânia vive não dá espaço para quem não sabe governar e vocês sabem que não é qualquer um que governa uma cidade desse porte. Assumo a responsabilidade pela candidatura de Mabel, vocês vão ver que vamos transformar Goiânia igual eu transformei Goiás.”
Mabel, por sua vez, reforça sua experiência administrativa. “Estou preparado para cuidar de uma cidade complexa como Goiânia. Se nós errarmos a votação no segundo turno, vamos passar mais quatro anos com alguém que não tem experiência à frente da administração pública. O nosso concorrente nunca trabalhou e a nossa capital tem pressa de mudança.”

Welliton Carlos é editor do Jornal Diário da Manhã e colaborador do Blog do Alan Ribeiro e do Portal do Alan.

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