Entretenimento: Oscar 2023: os 10 indicados com mais chance ao prêmio de melhor filme

Avatar, mais de 20 anos uma nova sequência concorre ao prêmio de melhor filme no Oscar 2023

Cerimônia, que acontece em 12 de março, tem favoritos como ‘os Fabelmans’, de Spielberg, a azarões como ‘Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo’.

The New York Times – No início desta semana, recebi uma mensagem de uma colega atormentada. “Não estou pronta para a temporada do Oscar”, escreveu ela.

Pisquei por um segundo antes de responder. Pronta? Esta temporada já está rolando há meses!

Claro, entendi o que ela queria dizer: janeiro acelera consideravelmente as coisas, já que estamos prestes a ver cerimônias de premiação na tevê (o Globo de Ouro na terça-feira, seguido pelo Critics Choice Awards no domingo seguinte), indicações das guildas de atuação, direção e produção e, logo depois, as importantes indicações ao Oscar, que serão anunciadas em 24 de janeiro.

Mas já podemos dar um palpite sobre os títulos que ouviremos nesse dia, uma vez que seu Projectionist passou os últimos meses avaliando fatores valiosos como o burburinho dos eleitores, as batalhas de bilheteria, os elogios da crítica, as campanhas publicitárias do Oscar e citações influentes, como Gothams e American Film Institute Awards. Com tudo isso em mente, cheguei a uma lista de 10 filmes que acho que atualmente têm a maior chance de chegar à indicação de melhor filme.

Ainda assim, este é um ano incomum, pois mesmo os filmes mais fortes vêm com déficits significativos, o que significa que ainda há espaço para entretenimentos de grande orçamento (como Babilônia, Não! Não Olhe!, Glass Onion: Um Mistério Knives Out e Pantera Negra: Wakanda Para Sempre), filmes em língua estrangeira (como RRR, Decisão de Partir e Nada de Novo no Front) e filmes independentes com fortes atuações (como The Whale, Till, Ela Disse e Aftersun). Nesta época do ano passado, CODA: No Ritmo do Coração parecia um candidato intermediário, mas, algumas semanas depois, conquistou corações suficientes para levar o Oscar de melhor filme.

Então, considere esses 10 filmes apenas como a escalação inicial, classificados em ordem decrescente de acordo com sua certeza.

Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

Depois de fazer um filme com elementos de ficção científica e estranhas cenas de luta com vibradores, os diretores de Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo jamais esperavam que o filme se tornasse uma sensação na temporada de premiações. Ainda assim, se você olhar debaixo da superfície, este longa tem tudo o que geralmente empolga os eleitores do Oscar: é um sucesso de bilheteria aclamado pela crítica, com uma estrela veterana em papel de destaque (Michelle Yeoh), um ator extremamente carismático fazendo seu tão esperado retorno ( Ke Huy Quan) e uma história original e inventiva que termina com uma série de cenas emocionantes. A única desvantagem (que pode se provar importante) é que muitos eleitores mais velhos simplesmente não conseguem superar as estrepolias de ficção científica e as cenas de luta com vibradores mencionadas acima – e, para eles, o apelo do filme se perde. Será que a paixão dos eleitores mais jovens e descolados da academia será suficiente para compensar esse déficit e levar Tudo em Todo o Lugar ao topo?

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Os Fabelmans

Embora possamos pensar em Steven Spielberg como uma figurinha carimbada do Oscar, já se passaram mais de duas décadas desde que ele ganhou sua última estatueta, por O Resgate do Soldado Ryan (1998). Se os eleitores consideram que está na hora de o diretor mais bem-sucedido de todos os tempos ganhar mais um homenzinho de ouro, talvez eles sintam que vale recompensá-lo por Os Fabelmans, o projeto mais pessoal que ele já fez. Este drama familiar semi autobiográfico foi prejudicado pelas manchetes sobre sua escassa arrecadação de bilheteria, mas não é o único drama de prestígio a enfrentar dificuldades nos cinemas este ano. E deve se sair muito bem na votação preferencial para melhor filme, que favorece o consenso do público.

Os Banshees de Inisherin

Poderia quase metade das 20 indicações de atuação ser arrebatada por apenas dois filmes? Se Tudo em Todo o Lugar tiver um bom desempenho, Yeoh, Quan e as atrizes coadjuvantes Stephanie Hsu e Jamie Lee Curtis podem ser indicadas. O mesmo vale para Os Banshees de Inisherin, de Martin McDonagh, que acho que tem uma chance ainda maior de receber indicações para todos os seus quatro principais atores: o protagonista Colin Farrell e seus coadjuvantes Brendan Gleeson, Barry Keoghan e Kerry Condon. (Infelizmente, da última vez que verifiquei, a jumenta Jenny não podia concorrer). E embora McDonagh não tenha conseguido entrar na lista de melhor diretor em seu último filme, Três Anúncios Para Um Crime, as vistas incríveis de Inisherin devem colocá-lo em vantagem desta vez.

Tár

Não se deixe enganar pelas recentes vitórias de melhor filme para comédias dramáticas simples como CODA e Green Book: O Guia: ainda há um bloco significativo de eleitores intelectuais dentro da academia – e suspeito que Tár será seu porta-estandarte. O implacável drama contemporâneo de Todd Field sobre uma maestrina em desgraça já conquistou os críticos: o New York Film Critics Circle e a Los Angeles Film Critics Association premiaram a atuação de Cate Blanchett e elegeram Tár como o melhor filme do ano (embora o grupo da Costa Oeste tenha se dividido, apontando empate entre Tár e Tudo em Todo o Lugar). Field teve as melhores indicações em 2002 para seu primeiro filme, Entre Quatro Paredes, e os eleitores ficarão satisfeitos de ver que sua aposta inicial valeu a pena.

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Avatar: O Caminho da Água

O primeiro Avatar de James Cameron foi considerado o vice-campeão na corrida de melhor filme de 2010, que acabou coroando Guerra ao Terror, o drama militar de sua ex-esposa, Kathryn Bigelow. Será que O Caminho da Água pode vencer onde o primeiro filme fracassou? Não acho que tenha muita chance de ganhar o melhor filme, já que Cameron costuma dizer que a franquia tem cinco longas planejados, e os eleitores provavelmente esperarão até o desfecho para decidir o valor final da série, como fizeram com a trilogia O Senhor dos Anéis. Ainda assim, uma longa lista de indicações é quase certa, já que o filme é um triunfo de grande sucesso e um deslumbrante trabalho autoral que apenas Cameron poderia ter realizado.

Já se passaram 21 anos desde que o diretor Baz Luhrmann conquistou o Oscar com o musical Moulin Rouge – que foi indicado em oito categorias e ganhou duas – e espero que ele seja bem-vindo de volta para esta brilhante cinebiografia do icônico cantor, interpretado pelo infalível candidato a melhor ator Austin Butler. Um dos únicos dramas adultos do ano a ter sucesso nos cinemas, Elvis é um Bohemian Rhapsody que foi executado com brio de verdade, e a estética maximalista de Luhrmann pode até colocá-lo na lista de melhor diretor, já que esse ramo fica louco por audácia técnica.

Top Gun: Maverick

Se uma sequência de ação bem avaliada se torna o maior filme do ano e ajuda a fortalecer as salas de cinema em dificuldades, isso não deveria ser suficiente para colocá-la na corrida de melhor filme? Bem, esse argumento não colocou Homem-Aranha: Sem Volta para Casa na programação do ano passado, mas o campeão de bilheteria americana Top Gun: Maverick já teve um começo melhor, recebendo indicações de melhor filme do Globo de Ouro e do Critics Choice Awards. Mas será que este longa da estrela Tom Cruise tem algo especial ou é só um entretenimento de alto nível? Os eleitores do Oscar tendem a torcer o nariz para sequências de ação – o único indicado a melhor filme nos últimos 15 anos foi o surpreendente Mad Max: Estrada da Fúria, de George Miller – e a próxima fase desta campanha de premiação terá de convencê-los de que Top Gun: Maverick tem mais do que parece.

Triângulo da Tristeza

Depois que Parasita ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes quase quatro anos atrás, o novo estúdio de cinema Neon alavancou com sucesso o apelo internacional do filme e o transformou no queridinho da temporada de premiações. Será que o estúdio pode realizar o mesmo feito para a sátira social de Ruben Ostlund, Triângulo da Tristeza, que também levou a Palma e explora a guerra de classes com gargalhadas e reviravoltas chocantes? Ajuda que esta comédia de navio de cruzeiro tenha uma arma secreta na candidata a atriz coadjuvante Dolly de Leon, que interpreta uma empregada que se tornou déspota: numa época em que a maioria das candidatas ainda tem medo de atribuir muito peso ao controverso Globo de Ouro, a atriz filipina ganhou as manchetes por dizer quanto a indicação ao Globo significa para ela – e muitos eleitores do Oscar estarão ansiosos para estender seu momento na temporada de premiações.

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Women Talking

Após o lançamento em um grande festival de outono, o drama bem avaliado de Sarah Polley talvez tenha esperado um pouco demais para sair nos cinemas: foi engolido em lançamento limitado no fim de semana de Natal e terá uma expansão difícil para novos locais até o anúncio das indicações. Ainda assim, Polley é uma atriz que virou diretora respeitada, o elenco está repleto de nomes premiados, como Claire Foy, Jessie Buckley e Frances McDormand, e as conversas estimulantes sobre gênero e agressão sexual são um forte argumento para sua relevância.

Elvis

Já se passaram 21 anos desde que o diretor Baz Luhrmann conquistou o Oscar com o musical Moulin Rouge – que foi indicado em oito categorias e ganhou duas – e espero que ele seja bem-vindo de volta para esta brilhante cinebiografia do icônico cantor, interpretado pelo infalível candidato a melhor ator Austin Butler. Um dos únicos dramas adultos do ano a ter sucesso nos cinemas, Elvis é um Bohemian Rhapsody que foi executado com brio de verdade, e a estética maximalista de Luhrmann pode até colocá-lo na lista de melhor diretor, já que esse ramo fica louco por audácia técnica.

A Mulher Rei

O épico de ação de Gina Prince-Bythewood sobre mulheres guerreiras na África do século 19 tem uma estrela vencedora do Oscar, Viola Davis, e muitos elementos tecnológicos bonitos, mas temo que não consiga entrar nas listas de finalistas do Oscar nas categorias de figurino, cabelo e maquiagem. (Pelo menos a trilha sonora estrondosa de Terence Blanchard conseguiu se destacar). As indicações do Sindicato dos Produtores da próxima semana podem prever o destino final do filme, já que esse grupo gosta de reconhecer sucessos empolgantes e A Mulher Rei, que rendeu quase o dobro de seu orçamento de US $ 50 milhões quase certamente aparecerá lá se conseguir impressionar os eleitores. / Tradução de Renato Prelorentzouk

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Alan Ribeiro
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