Arqueólogos desenterram cidade perdida em Israel e descobrem nas profundezas um segredo bíblico

A romã é o único alimento sagrado a ser colocado “na presença de Deus”.

Dr. Scott Stripling fez esse tipo de descoberta antes. Já em 2018, ele chegou às manchetes ao descobrir uma romã de cerâmica, que apontava para a existência do tabernáculo da Arca da Aliança. Naquele momento, o estudioso da Bíblia pode ter se superado. Durante uma escavação em Israel, Stripling e sua equipe desenterraram três relíquias que ele crê ser prova da precisão histórica da Bíblia, sem deixar dúvidas.

O sítio antigo

Isso não é coincidência, porque Stripling e sua equipe tinham escavado no sítio antigo de Shiloh por muitos anos. Por que lá? Bem, o local é sinalizado na Bíblia Hebraica. Shiloh surge no Livro de Josué, e existiu por toda a época dos Juízes – supunha-se que fosse cerca de 11 séculos a.C. E o que Stripling desenterrou poderia perfeitamente provar alguns dos eventos naqueles livros.

Encontrando a prova

3..Bible_-375w

Stripling não tem dúvida quanto à importância de sua última descoberta. “A Bíblia e outros textos religiosos antigos é o que atraiu a arqueologia nessa região,” disse o estudioso ao The Jerusalem Post em 2019. “Temos de reconhecer a validade da Bíblia… estou confortável com a história bíblica – e agora temos prova dessa história.”

O arqueólogo bíblico 

Você não culparia Stripling por estar entusiasmado. Esse tipo de descoberta pode fazer uma carreira! O assim chamado arqueólogo bíblico é reitor e professor de arqueologia e história da igreja no The Bible Seminary em Katy, no Texas. Mas é sua posição na Near East Archaeological Society que justifica seu trabalho de escavação em busca de artefatos antigos pelo mundo.

Eles já tinham feito buscas antes

Shiloh também não é o primeiro sítio arqueológico em que Stripling fez buscas. Em 2005, o professor vistoriou o Tall el-Hammam Excavation Project. É uma área do Jordão que os experts bíblicos creem ter sido Sodoma. Depois de trabalhar naquela escavação por cinco anos, Stripling se transferiu para o Khirbet el-Maqatir. E naquela localização, ele teria feito uma nova revelação bíblica.

Revelando uma cidade antiga 

Stripling atuou como diretor na escavação do Khirbet el-Maqatir de 2010 a 2017. E sua equipe certamente teve muito trabalho. Melhor ainda, as escavações nesse local teriam revelado a cidade antiga de Ai, como descrita no Livro de Josué! Mas o professor ainda não tinha terminado. Ele foi para Shiloh – e para uma nova descoberta marcante.

A historicamente rica Shiloh

640px-Mosque_on_Basilica_Shiloh_IMG_2918-375wStripling passou a focar a atenção a Shiloh em 2017. Isso fazia sentido, pois Shiloh foi por muito tempo uma área de interesse arqueológico – especialmente para estudiosos bíblicos. Realmente, as primeiras escavações ocorreram em Shiloh um século atrás, em 1922.

Revirando todas as pedras 

Aquela escavação inicial foi o trabalho de uma equipe da Dinamarca. A mesma expedição também visitou Shiloh duas vezes em 1926 e 1932. Mas talvez precisassem de equipamentos mais modernos para encontrar algo. Em 1981, como se sabe, um professor da Tel Aviv University chamado Israel Finkelstein dirigiu uma escavação de três anos na área. E Finkelstein e sua equipe desenterraram alguns artefatos intrigantes.

 Ossos da idade do bronze 

Os arqueólogos descobriram um esconderijo de ossos que, supostamente, eram da Era do Bronze. E apesar de o grupo, ao que tudo indica, não ter lido muito mais sobre a descoberta, na época, Stripling achou que pudesse ter um significado maior.

Coincidindo as evidências com o texto

A equipe de Tel Aviv via os ossos apenas como uma sugestão de que o povo Canaanite realizava sacrifícios animais em Shiloh. Mas, para Stripling, havia também uma conexão bíblica. “Estava em Levítico, capítulo 7,” disse Stripling ao The Jerusalem Post. “O lado direito do animal era a parte do sacerdote, que seria consumido em Shiloh”.

Ligações entre os ossos e a Bíblia

Isso forneceu a Stripling mais evidências para sua crença de que Shiloh foi mesmo uma área de significado bíblico. Ele disse ao jornal que as datas confirmavam a ligação entre os ossos com os eventos relatados na Bíblia. Em sua opinião, isso mostrava “verossimilhança”. “Isso mostra consistência entre o que lemos no texto e o que encontramos no solo,” disse ele. Mas o que torna Shiloh um solo assim fértil para descobertas arqueológicas?

 O que dá destaque ao local?

Bem, como citamos anteriormente, esta cidade é considerada o principal refúgio para os israelitas entre os séculos XII e XI a.C. E a Arca da Aliança e o tabernáculo teriam encontrado um lar no sítio antigo.

Arca da aliança

E se por acaso você nunca viu o filme de Indiana Jones, Os Caçadores da Arca Perdida, a Arca da Aliança é uma outra parte significativa da religião judaica. Diz-se que Deus teria presenteado Moisés com um par de tábuas inscritas com os Dez Mandamentos. Essas pedras então foram colocadas dentro da Arca para serem guardadas com segurança.

 A cidade foi destruída

Portanto, o tabernáculo e a Arca da Aliança, ao que se sabe, viveram em Shiloh durante o século XI a.C. Depois os Filisteus conquistaram os israelitas e passaram a controlar esses preciosos artefatos. A própria Shiloh foi arrasada logo em seguida, e permaneceu assim por centenas de anos.

 O Solo fértil guarda respostas 

1599px-Location_of_the_Tabernacle_IMG_2985-375wCom tais relatos históricos e religiosos férteis a se trabalhar, então, não é surpresa que os arqueólogos tenham retornado repetidas vezes ao sítio. Como Stripling disse à CBN News em 2019, “Esta é a primeira capital da antiga Israel, e é um local sagrado porque o tabernáculo estava lá… onde o povo se conectou com Deus.”

Conectando Relíquias a pessoas reais

O arqueólogo certamente parecia entusiasmado com seu trabalho. “Estamos lidando com pessoas reais, lugares reais, eventos reais,” disse Stripling à CBN. E para ilustrar esse ponto, ele falou previamente de moedas que foram desenterradas. “Estamos falando de moedas de Herodes, o Grande, Pôncio Pilatos, Testos, Félix, Agripa Primeiro, Agripa Segundo. A Bíblia fala dessas pessoas,” disse ele.

Conexões bíblicas no solo

Stripling continuou, “Você pode ler a Bíblia, pode caminhar pela Bíblia, mas o máximo é poder cavar a Bíblia.” E à medida que ele falava, sua paixão ficava mais clara. “É como se saíssemos do solo. E, conforme cavamos o solo, nos conectamos com Deus e com cada um de nós, acho, de um jeito muito importante,” disse com entusiasmo.

Eles estão produzindo resultados

Os arqueólogos têm todo o direito de ficarem emocionados. Afinal, Stripling e sua equipe de experts e voluntários têm desenterrado uma abundância de relíquias. A romã de cerâmica mencionada antes – encontrada no verão de 2018 – foi só o primeiro motivo para se maravilharem. Mas por que a descoberta foi tão significativa?

Descoberta significativa

“A romã é um motivo sagrado,” disse Stripling ao The Jerusalem Post em 2019. “Os únicos locais em Israel onde encontramos romãs como estas são os locais dos levíticos.” O arqueólogo explica que faz referência à romã em Êxodos 23:23, como parte do manto do Sumo sacerdote.

O Significado da Romã 

Especificamente falando, diz-se que a fruta está na borda inferior da roupa do Sumo Sacerdote. Isso é importante porque, como Stripling disse ao The Jerusalem Post, significa que a romã é o único alimento sagrado a ser colocado “na presença de Deus”. Então, raciocinou Stripling, o alimento era “um motivo principal no tabernáculo e nos templos”.

Artefatos com um propósito

GettyImages-583739458-375wOs arqueólogos também descobriram uma variedade de grandes pitos nos três anos de escavação. Esses grandes jarros foram descobertos em áreas que no passado foram usadas para armazenagem enquanto a antiga Shiloh existia. Stripling acreditava que os vasos provavelmente tinham armazenado alimentos que os israelitas tinham levado ao tabernáculo. E também não é só isso.

2 mil peças de cerâmica

O grupo de estudiosos também descobriu um grande esconderijo de moedas e cerâmica. De fato, a CBN News relatou que Stripling e sua equipe revelaram por escavação até 2.000 cacos de cerâmica todo santo dia. E à medida que os experts aprendiam mais sobre essas relíquias, as peças de argila se tornaram fontes fundamentais para datação de suas outras descobertas. Mas a descoberta mais importante para Stripling veio no verão de 2019.

 Uma conexão direta

Os arqueólogos bíblicos acreditavam que essa descoberta em particular se relacionava diretamente com 1 Reis 2:28. E se você conhece a Bíblia, pode se lembrar que ela diz, “Quando a notícia chegou a Joabe, que havia conspirado com Adonias, ainda que não com Absalão, ele fugiu para a Tenda do Senhor e agarrou-se aos chifres nas pontas do altar.”

Será que eles tinham encontrado a coisa verdadeira?

Surpreendentemente, Stripling afirmou que sua equipe tinha encontrado algo mencionado nessa passagem. Em agosto de 2019, um press release sobre a descoberta explicou que “três chifres de altar” foram trazidos à luz por escavação. Dois deles tinham quase 38 cm de comprimento, enquanto o outro tinha 17 cm de comprimento.

Faltando uma peça

Conforme Stripling, provavelmente haverá um quarto chifre, também – e ele esperava que sua equipe o encontrasse logo. O press release acrescentava, “Os fragmentos do altar podem ter sido parte de sistemas de culto israelitas primitivos que operavam em Shiloh”. E, para Stripling, as relíquias podiam significar algo mais, também.

Eles acham que estão chegando perto

Quer dizer, nós jamais esperávamos descobrir o tabernáculo. Ele era feito de peles de animais; teria entrado em decomposição,” disse Stripling ao The Times of Israel. “Mas a cultura material de suporte eu acredito estar vendo nas escavações.” O arqueólogo pensava estar no caminho certo para finalmente descobrir a plataforma.

Suas descobertas são consistentes 

Independentemente do que o futuro nos reserva, no entanto, a descoberta dos chifres é certamente especial. Afinal, as escavações em Israel até então só conseguiram desenterrar sete altares similares. E embora não haja sinais do bloco do altar em si, até o momento, os chifres são bem parecidos com aqueles descobertos em Berseba.

Práticas semelhantes a cultos 

Então, os chifres certamente pareciam indicar práticas de cultos em Shiloh. Mas será que houve uma estrutura permanente no lugar? Stripling parecia achar que sim – e estava decidido a procurar por uma plataforma na escavação. “Até esperamos que seja similar às dimensões bíblicas,” ele disse ao The Times of Israel. Contudo, nem todos veem conotações bíblicas tão facilmente.

 Nem todos estão convencidos 

O estudioso de Atlanta, Jacob L. Wright, é um professor associado na Emory’s Candler School of Theology. Ele disse ao The Jerusalem Post, “Vamos supor que descobrimos muitas coisas relacionadas ao santuário de cultos em Shiloh, e que a Bíblia o descreve do mesmo jeito. Isso prova que a narrativa bíblica é verdadeira? Não.”

Contando duas histórias diferentes 

Wright também disse, “A arqueologia tem uma história para contar, e a narrativa bíblica tem outra.” Porém ele também disse, “Quem sabe? Não queremos chegar a conclusões precipitadamente.” E Stripling não tem sido desencorajado pelos céticos. De fato, ele argumentou que deixa a ciência – não a Bíblia – guiar suas escavações.

 O maior risco 

O arqueólogo disse ao The Times of Israel, “A ciência é o que é. Sou bem capaz de bifurcar minhas crenças a partir do que estamos descobrindo. Não estamos tentando ler algo sob a evidência que não está lá.” Mas também é justo dizer que o texto religioso conserva um significado particular para Stripling.

 Ele se apoia nela 

Stripling confirmou ao The Times of Israel que lê a Bíblia “como um texto histórico sério” e que o livro ilumina o trabalho que está realizando. “É bem significativo, e às vezes tenho que parar e lembrar de onde estou,” disse o acadêmico.

Muito mais a ser descoberto 

Portanto, o que está por vir na sua busca pelo tabernáculo? Bem, Stripling está decidido a continuar escavando para achar a plataforma e publicar suas descobertas. E, é claro, ele vai usar a Bíblia para guiar suas alternativas. Por exemplo, diz-se que o arqueólogo está “curioso” sobre uma estrutura que a equipe encontrou, a qual remonta à Idade do Ferro.

Identificando áreas chaves

Esta estrutura coincidiria com uma construção mencionada na Bíblia, já que se estende de leste a oeste. Stripling também lembra que sua posição no topo de uma colina ao norte é significativa – pois é exatamente onde ele esperaria encontrar um tabernáculo fixo.

A curiosidade de Stripling 

“Isso me deixou, digamos, muito curioso,” confirmou o arqueólogo. Stripling até espera encontrar uma plataforma que seja comparável à descrição da Bíblia de um tabernáculo com um pátio interno e um externo. Enquanto isso, no entanto, ele atualizou os seguidores sobre as descobertas no sítio antigo.

Ultra Secreto 

Num blog de janeiro de 2020, chamado “Winter Finds At Shiloh” (que pode ser traduzido para algo como “Descobertas de Inverno em Shiloh”), Stripling descreveu o que sua equipe tinha estado investigando. E pelo que tudo indica, eles têm estado muito ocupados. “Nós acabamos de finalizar nosso projeto de peneiramento de inverno,” escreveu Stripling. “As descobertas são fascinantes.” Depois, enquanto provocava dizendo que as partes das descobertas continuavam ultras secretas, ele explicou por que estava tão entusiasmado com elas.

Usando novas Tecnologias

Inicialmente, foi porque a equipe de Stripling tinha usado uma nova técnica chamada peneiramento úmido, para expandir significativamente as descobertas de escavações mais importantes. “Estimo que escavações prévias tenham deixado escapar 50 a 70 porcento de pequenas descobertas, como escaravelhos, bullas (estojinho com amuleto usado no pescoço pelos romanos), contas, moedas, etc.,” disse o arqueólogo entusiasmado. E parecia que seu método de trabalho estava chegando a outras equipes.

Aumentando o seu potencial 

Stripling se gabava de que a equipe já tinha construído uma “estação de peneiramento úmido” móvel para um grupo de arqueólogos que estava trabalhando fora da University of Haifa, em Israel. E tem mais: um outro grupo estaria interessado em adotar a técnica. Então, quem sabe? Os métodos inovadores de Stripling podem logo ser popularizados em círculos de escavação.

A busca continua

Neste momento, o trabalho continua. Mas parece que Stripling não poderia estar mais feliz com essa situação. Afinal, como disse ao The Times of Israel, uma das passagens que ele mais adora na Bíblia hebraica vem de Salmos 102:14: “Pois as suas pedras são amadas pelos teus servos, as suas ruínas os enchem de compaixão.”

Compartilhe seu amor
Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

Alan inicia seus trabalhos com o único objetivo, trazer a todos informação de qualidade, com opinião de pessoas da mais alta competência em suas áreas de atuação.

Artigos: 18803