
A cura do filho de um oficial do rei (João 4:46-54)
Há um homem nobre morando em Cafarnaum; ele escuta um rumor de que um celebrado Profeta e Pregador segue continuamente através das cidades da Galiléia e da Judéia, e é dado a entender que este poderoso Pregador não se limita meramente a encantar a todos os ouvintes por sua eloquência, mas ganha os corações dos homens por meio de milagres singulares que Ele opera como uma confirmação de sua missão.
Ele guarda essas coisas no coração, pouco se importando se lhe serviriam de algum proveito.
Acontece que num certo dia seu filho adoece, quem sabe o filho único, muito querido pelo seu pai, a doença, em vez de cessar, vai aumentando cada vez mais. A febre sopra seu hálito quente sobre a criança e parece tirar toda a umidade do seu corpo, realçando o rosado de suas bochechas. O pai consulta todos os médicos ao seu alcance; estes olham para a criança e simplesmente o declaram sem esperança; nenhuma cura, possivelmente, ser operada. Essa criança está a ponto de morrer; a seta da morte quase cravada em sua carne; está bem próxima de penetrar seu coração; ela não está apenas próxima da morte, mas diante da própria morte; foi lançada pela doença sobre as flechas farpadas desse arqueiro insaciável.
O pai agora se lembra das histórias que ouvira sobre as curas realizadas por Jesus de Nazaré. Há um pouco de fé em sua alma, a qual embora pequena, é, contudo, suficiente para fazê-lo empregar todos os esforços para testar a veracidade do que ele ouviu. Jesus Cristo veio para Caná novamente. Esta cidade distava cerca de 15 ou 20 milhas. O pai viaja com toda pressa. Ele chega ao lugar onde Jesus está, sua fé chegou a um estágio tal que, tão logo vê o Mestre, começa a clamar: “Senhor, desce, antes que meu filho morra” [v. 4:49].
O Mestre, em vez de dar-lhe uma resposta que poderia consolá-lo, o repreende pela pequenez de sua fé e diz-lhe: “Se não virdes sinais e prodígios, não crereis”. O homem, no entanto, dá pouca atenção à repreensão, pois há um desejo que tem absorvido todos os poderes de sua alma; sua mente está tão sobrecarregada pela ansiedade que ele está alheio a tudo mais.
“Senhor”, diz ele, “desce, antes que meu filhom morra”.
Sua fé chegou agora em tal estágio que ele pede em oração, e pede sinceramente ao Senhor que venha curar o seu filho. O Mestre olha para ele com um olhar de inefável benevolência e diz-lhe: “Vai, o teu filho vive” [v. 50]. O pai segue o seu caminho alegremente, apressado, contente, confiando numa palavra que, até agora, nenhuma evidência tinha de sua confirmação!
Ele chegou agora ao segundo estágio de sua fé; ele saiu do estágio da busca para o estágio da confiança; ele não mais grita e implora por uma coisa que não tem; ele confia e acredita que algo lhe foi dado, embora ele ainda não o tenha percebido.
Em seu caminho para casa, os servos, apressados, o encontram alegremente. Eles dizem: “O teu filho vive!” [v. 51]. Ele logo pergunta a que horas a febre o deixou; a resposta é dada: “Ontem às sete horas a febre o deixou” [v. 52]. Então, ele chega ao terceiro estágio. Ele vai para casa e vê seu filho perfeitamente restaurado! A criança pula sobre os seus braços, cobre-o de beijos; e quando pára para olhar uma e outra vez se aquele era realmente um menino que estava tão abatido, pálido e doente, ele triunfa, num sentido mais elevado! Sua fé passou de confiança para plena certeza! E, em seguida, semelhantemente, toda a sua casa creu como ele mesmo.
Bom domingo!