Laranjas na eleição: partidos voltam a lançar candidatas só para cumprir exigência

De diaristas a massagista tântrica, siglas recrutam mulheres de última hora para preencher a cota de candidaturas femininas exigida por lei

Foco de denúncias nas eleições de 2018, o esquema de candidaturas laranjas lançadas pelos partidos apenas para preencher a cota de 30% de candidatas mulheres exigida por lei ganhou destaque na primeira sessão do Tribunal Superior Eleitoral sob o comando do ministro Alexandre de Moraes, na última quinta-feira.

Sem meias palavras, o novo presidente do TSE afirmou que não irá permitir candidaturas laranjas “simplesmente para fingir que as mulheres estão sendo candidatas” e que se a prática for comprovada neste ano, chapas inteiras de candidatos serão impedidas de concorrer.

Há quatro anos, quando o esquema veio à tona com candidatas do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro à época, constatou-se que havia um denominador comum nas candidaturas suspeitas de serem de fachada. Todas tiveram pouquíssimos votos nas urnas e os repasses que recebiam do fundão eleitoral, a verba pública a que os partidos têm direito para financiar seus candidatos, destoavam dos demais concorrentes: ou recebiam valores expressivos, a depender de quem as indicava, a ajuda era nenhuma.

Normalmente, os alvos desse tipo de prática são mulheres que desconhecem como funciona a política e são iludidas com o sonho de se elegerem ou simplesmente enganadas por lideranças partidárias locais. Há também aquelas que topam fazer o jogo a pedido de algum político a quem são ligadas de alguma maneira.

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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