Mendanha e Shakespeare: ex-prefeito diz que poderia apoiar Caiado para reeleição

A política tem muito de literatura – no caso de alta literatura de Shakespeare. Em um podcast, o ex-prefeito Gustavo Mendanha (Patriota) admitiu que poderia votar em Ronaldo Caiado (União Brasil) não fosse sua saída do MDB.

Assim com tal declaração Caiado e Daniel tem – definitivamente – atributos que Mendanha almeja. E não rejeita.

O pré-candidato ao governo caminha para declarar sua candidatura sem apoio significativos e corre risco político futuro por conta de sua inexperiência: Mendanha saiu do MDB um ano antes da disputa ciente de que a sigla fez consulta com militantes e toda cúpula – inclusive Iris Rezende, quando vivo – para apoiar o governador Ronaldo Caiado.

A declaração de Mendanha soa agora melancólica e pode desmotivar sua militância “Eu lamento, a gente poderia estar juntos, ele (Daniel Vilela) como candidato a Governador, eu a Senador, ou vice-versa. Eu poderia, também estar da prefeitura, dentro do MDB, inclusive apoiando o atual Governador Ronaldo Caiado” anunciou.

Fosse a realidade que Mendanha prega teria ocorrido um racha no MDB. Mas não ocorreu.

Em vez de ouvir os mais experientes, como mostra “Rei lear”, Mendanha foi estilado com em “Hamlet” tornando-se agora fiador do próprio futuro.

Suas melhores aspas são “Eu não queria sair do MDB, tenho paixão pelo partido que fui filiado a vida toda, meu pai foi filiado ao MDB”.

Se perder as eleições sabe que antes de tudo (e bem antes de toda a campanha começar) perdeu a confiança de seu maior aliado político – o presidente do MDB, ex-deputado Federal Daniel Vilela, quem confiou em um vereador de experiente e defendeu o seu nome junto ao pai, Magito Vilela, o prefeito histórico do município tanto apoiou Mendanha.

De antemão sabe que ao enfrentar nas urnas neste pleito terá pela frente o estigma da traição. E que repetir o script em 2026 não será de bom alvitre.

Por isso, agora, mesmo Aparecida de Goiânia não sendo Paris nem Dinamarca, ele deve estar a se perguntar: “Ser ou não ser, eis a questão!”.

PS: nessa narrativa até que prove o contrário Daniel e Ronaldo foram Hamlet na história.

– Wellington Carlos advogado, jornalista, mestre em direito e Doutor em sociologia pela UFG.
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Alan Ribeiro
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