
Mais que um tema da campanha eleitoral de 2022, o aumento da pobreza é um problema real e imediato. Segundo levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), 20 milhões de brasileiros passam um dia ou mais sem ter o que comer. Além disso, o número de favelas no país mais que dobrou em dez anos.
Na classe média, o drama econômico toma outra forma: o endividamento das famílias atingiu um nível recorde. Com os juros de bancos em níveis extorsivos — eles nunca de fato diminuíram apesar de o BC ter reduzido os seus —, em média as dívidas que as famílias pagam correspondem a 59,9% de suas rendas anuais. Quase 60%. Em agosto, de acordo com o Banco Central, em média a renda das famílias cruzou os 30% de comprometimento para pagar parcelas de empréstimos, cartões de crédito e o que for. A inflação nos alimentos e na energia ajuda a aumentar a pressão sobre o orçamento familiar e aponta para uma crise econômica. Mesmo que o PIB torne a crescer, a possibilidade de um brasileiro tornar às lojas aquecendo o consumo são pequenas.
E as perspectivas não são das melhores. A regras do Auxílio Brasil, programa assistencial visto como trunfo eleitoral do governo Bolsonaro, congelam ou mesmo reduzem o benefício de 5,4 milhões de famílias que hoje recebem o Bolsa Família. São 37% dos atuais beneficiários.
Fonte Portal Meio