Quem diria que em um mundo tão desigual teríamos problemas com a imunização contra a covid-19? Obviamente que isso iria acontecer. Quem paga mais, pode mais.
Cientistas nomearam o fenômeno como apartheid das vacinas. Como que tá rolando isso no mundo? Simples. Países mais ricos detém de 9 bilhões de doses, das 12 bilhões já fabricadas até então.
Outro dado interessante: 75% das doses foram aplicadas na população de países mais abastados.
E tem gente que tem vacina sobrando (30 MILHÕES DE DOSES) e não pode usar, como é o caso dos EUA, que não obteve nem autorização para uso emergencial da vacina desenvolvida pela AstraZeneca.
Tá, mas porque isso é ruim?
Então, saca só. A imunidade de rebanho só pode ser alcançada se 70% da população mundial for vacinada. A questão é que 20% vai ficar livre do coronavírus, enquanto o restante vai levar pelo menos 2 anos para ser vacinado completamente.
E quem tem mais, sempre quer mais, né? Países mais pobres depositam a esperança no consórcio Covax, da OMS, que vai produzir 2 bilhões de doses para esses locais.
Só que existem alguns alecrins dourados, como Canadá, Singapura e Nova Zelândia que exigem suas doses Covax imediatamente. Só para se ter uma ideia, o Canadá tem estoque suficiente para imunizar a população pelo menos seis vezes.
Não é momento pra mesquinharia…
Por outro lado, aqui no Brasil um juiz deu aval para que alguns sindicatos e associações importem vacinas sem a necessidade de doá-las para o SUS.
A doação obrigatória (aí não é doação, né?) se tornou lei, após aprovação no Congresso esse ano. Basicamente, importações de vacinas por empresas privadas devem ir para o SUS até que todo grupo de risco seja vacinado.
Mas, no entendimento do juiz, isso vai contra a constituição. Além disso, o juiz completa alegando que isso não seria “furar a fila”, prejudicando a aquisição de vacinas pelo poder público. Ok, né.
Avanço em pesquisas
Agora vamos de uma coisinha boa em relação às vacinas. A BioNTech, que junto com a Pfizer, trouxe a primeira vacina do mundo aprovada por agência reguladora, quer desenvolver vacinas contra o câncer.
O processo já está em andamento, mas é claro, sem previsão de acontecer em larga escala. A tecnologia utilizada é a de RNA mensageiro. Esperamos que dê certo!
Fonte Dose Matinal