
Em um cenário de pandemia ou não o país precisa de um líder ou um chefe? Entendo que precisa de um líder.
O chefe manda enquanto o líder motiva, integra, soma, aglutina, faz a diferença no seu local de trabalho.
As grandes massas foram para as ruas em 2018, em busca de um líder, para contrapor a corrupção e a roubalheira liderada por membros do PT e de seus asseclas.
Elegeu um capitão da reserva, que estava na Câmara Federal a vinte oito anos, portanto o que não lhe falta é experiência para lhe dar com cenários políticos adversos, haja vista que no Congresso Nacional, ditam as regras os líderes e não cada deputado federal de forma individual, por mais independentes que os sejam.
Os líderes que tem presença naquela “Casa de Leis”, por lá estiveram por longo anos, na condição de deputados federais, senadores, há outros que ainda são parlamentares ou mesmo, que integraram o executivo na condição de ministros, de governos que deixaram a desejar principalmente no quesito honestidade.
Há líderes como: Roberto Jeferson (PTB) Valdemar da Costa Neto (PL) que perderam o mandato por corrupção no âmbito do mensalão; Carlos Lupi (PDT) que foi ministro do Trabalho e outros, que são deputados federais como: Artur Lira (PP); Baleia Rossi, (MDB), Carlos Sampaio (PSDB); Enio Verri (PT); Joice Hasselmaann (PSL); Carlos Molon (PSB), dentre outros.
Os partidos citados formam o centrão, um grupo de deputados, que se especializaram ao longo de seus mandatos, em votar de acordo com qualquer tipo de benefício, o chamado “toma lá dá cá”
Ao assumir o governo o presidente Jair Bolsonaro, desferiu fortes ataques a esse grupo, para deixar claro, que não negociaria com eles, tendo em vista que a escolha de seus ministros obedeceria a critérios técnicos e não compactuaria com indicações meramente políticas, no que estava correto.
Ao longo de dezessete meses, vieram as críticas e os embates, com outras entidades e poderes, em razão principalmente do comportamento explosivo do Presidente da República, junto aos Poderes Constituídos (Legislativo e Judiciário), que se encontram na mesma linha de autoridades do presidente.
Nesse cenário de embates veio a pandemia da COVID – 19.
O presidente por um lado fazendo chacota do vírus, o chamando de gripezinha e resfriadozinho, enquanto os governadores chamaram para si os problemas decorrentes desse vírus, ignorando as falas e ações do presidente, que defende a saúde e o emprego por meio de flexibilização vertical, enquanto os governadores a horizontal, com isolamento social, inicialmente para todos e após trinta dias, começassem a reabrir os comércios e demais unidades da atividade econômica.
A economia em queda e a preocupação do Presidente, com essa situação o levou a bater de frente e exonerar o ministro da saúde Luiz Henrique Mandeta, colocar outro, cuja metodologia de trabalho é diferente razão pela qual os casos da COVID – 19, já ultrapassam a casa de cem mil, com mais de seis mil mortes.
Há capitais como a do RJ, Manaus, São Paulo, São Luis e Ceará, onde a estrutura hospitalar colapsou. Já em Goiás e Minas Gerais, o número de infectados e mortos, está muito mais baixo, o que os colocam como Estados mais seguros e com baixa contaminação, devido a firmeza de seus governadores.
Não bastasse todos esses problemas com conflitos de interesse, houve a exoneração do ex ministro Sérgio Moro, que saiu atirando pedra no presidente e o acusando de querer interferir na Polícia Federal, tendo sido rebatido por ele, o que culminou com abertura de processo no STF, tendo como relator o ministro Celso de Melo.
E mais ataques do presidente a grande imprensa e esta por sua vez fazendo uma marcação implacável a maior autoridade da república, desde que tomou posse.
Nesse cenário o presidente quebra o discurso e começa a negociar com centrão, para se segurar diante a possibilidade de um pedido de impeachment, mostrando a própria fragilidade do governo, uma vez que ele tem sido mais chefe, do que líder, o que não é nada bom num momento delicado como esse.
Feitas essas colocações, entendo que o presidente precisa refletir e se recolocar no contexto, lembrando que os cinquenta e quatro milhões de votos obtidos nas urnas o credencia a liderar e não chefiar essa nação que clama entre outras coisas por justiça social.