Devocional Especial: Fim do Ano de 2025

BOM DIA!

“Entre a memória e a esperança”

“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã.”
(Lamentações 3.22–23)

O fim de um ano sempre nos coloca diante de uma fronteira silenciosa. De um lado, ficam os dias vividos; do outro, um tempo ainda não escrito. O encerramento de 2025 não é apenas uma mudança de calendário, mas um convite à reflexão profunda sobre quem nos tornamos, o que carregamos no coração e para onde estamos olhando.

Ao longo deste ano, houve conquistas que trouxeram alegria e fracassos que ensinaram lições duras. Houve orações respondidas com clareza, outras respondidas com silêncio, e algumas cuja resposta veio em forma de espera. Em tudo isso, uma verdade permanece constante: Deus não mudou. Enquanto as circunstâncias oscilaram, o caráter do Senhor permaneceu firme, fiel e íntegro.

  1. O valor da memória espiritual

A Bíblia frequentemente chama o povo de Deus a lembrar. Não como quem revive o passado com culpa, mas como quem reconhece a fidelidade divina ao longo do caminho. Lembrar é um ato espiritual. Quando revisitamos o ano à luz da fé, percebemos que, mesmo nos dias confusos, Deus estava presente — guiando, corrigindo, sustentando.

Moisés exortou Israel a não esquecer os feitos do Senhor (Dt 8.2). O esquecimento espiritual gera ingratidão; a memória espiritual gera humildade e confiança. Olhar para trás com discernimento nos ajuda a reconhecer onde crescemos, onde resistimos à vontade de Deus e onde Sua graça nos alcançou apesar de nós mesmos.

  1. O encerramento como ato de rendição

Encerrar um ano não é apenas concluir ciclos externos, mas entregar processos internos. Há feridas que ainda doem, expectativas que não se cumpriram e decisões que talvez hoje pareçam equivocadas. O fim do ano nos chama à rendição: entregar a Deus aquilo que não conseguimos resolver sozinhos.

O apóstolo Paulo declara que esquecia das coisas que para trás ficavam e avançava para as que estavam diante dele (Fp 3.13). Esse “esquecer” não é negação da história, mas libertação do peso que impede o avanço. Reter mágoas, culpas ou frustrações é carregar um fardo desnecessário para o novo tempo.

  1. O futuro como expressão de esperança, não de controle

O novo ano se apresenta com incertezas. Não sabemos o que 2026 trará, mas sabemos quem permanece no controle. A fé cristã não se fundamenta na previsão, mas na confiança. A esperança bíblica não é otimismo ingênuo, mas expectativa firme baseada no caráter de Deus.

Provérbios afirma que “o coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor dirige os seus passos” (Pv 16.9). Planejar é sábio; submeter os planos à soberania divina é essencial. Quando começamos um novo ano reconhecendo nossa limitação e a soberania de Deus, caminhamos com mais humildade e menos ansiedade.

  1. Um chamado à renovação interior

O fim do ano também nos chama à renovação espiritual. Não se trata apenas de novas metas, mas de um novo coração disposto a ouvir, obedecer e confiar. O verdadeiro recomeço começa dentro: na mente renovada, no coração quebrantado e na vontade alinhada à de Deus.

O salmista orou: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto” (Sl 51.10). Essa oração continua atual. Mais do que desejar um ano melhor, somos chamados a nos tornar pessoas melhores à luz da graça divina.

Conclusão

Ao nos despedirmos de 2025, somos convidados a fazer três movimentos espirituais:
lembrar com gratidão, entregar com humildade e avançar com esperança.

Que o encerramento deste ano não seja marcado apenas por celebrações externas, mas por um silêncio reverente diante de Deus — reconhecendo Sua fidelidade no passado, Sua presença no presente e Sua soberania sobre o futuro.

Que o Senhor, que começou a boa obra, continue a aperfeiçoá-la, não segundo nossos prazos, mas segundo Sua perfeita vontade. E que entremos no novo ano não confiando em nossa força, mas na graça que se renova a cada manhã.

Diácono Túlio Rodrigues Vaz
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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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