Reino, Ressurreição e a vinda de Jesus: não arrebatamento!

BOM DIA!

Josimar Salum

Não há como usar a Bíblia, com fidelidade ao seu texto e ao seu testemunho integral, para sustentar a “doutrina do arrebatamento” como é ensinada no cristianismo moderno.

O chamado “arrebatamento”, tal como é apresentado hoje, não aparece como ensino de Jesus nem como parte da pregação apostólica registrada nas Escrituras. Trata-se de uma construção doutrinária recente na história, desenvolvida séculos depois, a partir de leituras fragmentadas e de esquemas que não pertencem ao texto inspirado.

Jesus nunca anunciou uma retirada secreta dos seus discípulos da terra, nem apresentou duas vindas distintas, nem prometeu uma fuga prévia do mundo. Pelo contrário, Ele proclamou que o Reino de Deus havia chegado, chamou pessoas ao arrependimento, formou discípulos e os ensinou a permanecerem fiéis até o fim. Seu ensino aponta para perseverança, vigilância e fidelidade em meio às tribulações, e não para evasão. A esperança que Jesus oferece não é escapar da criação, mas participar da sua redenção.

A Bíblia fala de forma exaustiva, clara e consistente sobre a vinda de Jesus e a nossa reunião com Ele. Essa não é uma linguagem marginal nem um tema secundário nas Escrituras, mas um eixo da esperança proclamada por Jesus e pelos apóstolos. Desde os Evangelhos até as cartas apostólicas, a expectativa não é de fuga da terra, mas de encontro com o Senhor na manifestação do Seu Reino.

“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!”(Apocalipse 1:7)

Quando Jesus fala da sua vinda, Ele a apresenta como uma manifestação pública, visível e decisiva do Filho do Homem, associada ao juízo, à restauração e ao estabelecimento pleno do Reino de Deus. Ele anuncia que vem com poder e glória e que os seus estarão com Ele.

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.” (Mateus 24:30)

A linguagem usada por Jesus aponta para encontro, comunhão e permanência, e não para uma retirada silenciosa dos fiéis. A promessa é estar com Ele e participar daquilo que Ele vem consumar.

“Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.”
(Colossenses 3:4)

Os apóstolos seguem exatamente essa mesma ênfase. Quando falam da vinda do Senhor, falam também da nossa reunião com Ele, da ressurreição dos mortos e da transformação dos vivos.

Esses elementos aparecem inseparavelmente ligados, formando uma única esperança. Nunca são apresentados como eventos distintos em cronogramas complexos ou como mecanismos de escape.

“Porque o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.” (1 Tessalonicenses 4:16–17)

“Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.” (1 Coríntios 15:52)

O testemunho apostólico é coerente, unificado e profundamente enraizado na esperança da ressurreição e na consumação do propósito de Deus.

“Mas cada um por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.”(1 Coríntios 15:23)

A Escritura jamais apresenta essa reunião com Cristo como uma fuga da criação ou como um meio de evitar sofrimento ou perseguição. Pelo contrário, ela é descrita como o desfecho da fidelidade dos que perseveraram até o fim, aguardando a revelação de Jesus. A expectativa bíblica não é escapar do mundo, mas estar com o Senhor, participar da Sua vitória e compartilhar da Sua glória.

“E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.” (Romanos 8:23)

“Se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.” (Romanos 8:17)

A “doutrina do arrebatamento” surge, portanto, como uma tentativa posterior de organizar o futuro em esquemas, aliviar o peso da perseguição e oferecer uma expectativa de escape.

No entanto, essa expectativa não nasce do texto bíblico, mas de leituras tardias que dividem aquilo que as Escrituras mantêm unido. Ao fazer isso, o foco se desloca do Reino, da obediência e da fidelidade para uma promessa de retirada que Jesus e os apóstolos nunca anunciaram.

“Não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor.” (2 Tessalonicenses 2:2)

O Evangelho do Reino não anuncia fuga, mas governo. Não promete ausência, mas testemunho. Não aponta para um povo que abandona a terra, mas para uma comunidade que vive sob o reinado de Cristo enquanto aguarda a manifestação plena desse Reino.

Ser fiel às Escrituras é confessar que Jesus reina agora, que Ele vem de forma manifesta, que os mortos ressuscitam, que os vivos são transformados, que os santos são reunidos com Ele e que o Reino de Deus será plenamente revelado, até que Deus seja tudo em todos.

“Depois, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder.” (1 Coríntios 15:24) “para que Deus seja tudo em todos.” (1 Coríntios 15:28)

ASONE

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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