
Quando partirmos desta vida, não precisaremos mais nos preocupar com o corpo. Nossa família fará o necessário dentro de suas possibilidades: irão lavar, vestir e preparar nosso corpo para o último endereço terreno — o cemitério.
Alguns faltarão ao trabalho, outros cancelarão compromissos, e muitos irão ao funeral para se despedir. Mas, passado esse momento, a vida seguirá seu curso.
Tudo aquilo que hoje guardamos com tanto apego — roupas, ferramentas, livros, fotos, móveis, objetos pessoais — perderá o valor. O que não for doado, será vendido ou simplesmente descartado. No trabalho, rapidamente seremos substituídos. E, mesmo ausentes, continuaremos sendo lembrados, comentados, julgados ou esquecidos, de acordo com a lembrança que deixamos.
Os mais próximos sentirão dor profunda por dias, meses, talvez anos. Mas, cedo ou tarde, a rotina os fará seguir adiante. Nossos animais terão outro dono. Nossas fotos, antes expostas, acabarão em gavetas. Nossa cadeira, nosso sofá, nossa mesa, serão ocupados por outros.
Com o tempo, seremos apenas memória. A nossa história neste mundo terá chegado ao fim.
Mas, em outro lugar, uma nova vida começará. E lá, nada do que aqui valorizamos terá importância: não contará a beleza, a posição social, o dinheiro, a casa, o carro, os títulos, as medalhas, os troféus. Nem mesmo a família irá conosco.
O que realmente importa é o espírito. A única riqueza que atravessa a eternidade é o bem que fizemos, o amor que oferecemos e a paz que cultivamos.
Por isso, viva com intensidade. Ame mais. Perdoe com rapidez. Faça o bem enquanto há tempo.
No fim das contas, nada do que possuímos nos acompanhará.
O que levaremos será apenas o que deixamos de bom na vida dos outros.
Alan Ribeiro, seu melhor amigo!