
BOM DIA!
João, o discípulo amado, é um dos personagens mais marcantes do Novo Testamento. Diferente dos demais apóstolos, João não sofreu o martírio violento que levou tantos seguidores de Cristo à morte. Sua vida foi preservada por desígnio divino, para que deixasse um legado profundo, cheio de revelações, amor e esperança.
João começou seu ministério ao lado de seu irmão Tiago, filhos de Zebedeu. Chamado por Jesus enquanto ainda pescava, João foi transformado de um jovem impetuoso — um dos “filhos do trovão” — em um homem sensível, contemplativo e profundamente espiritual. Foi testemunha ocular de muitos dos milagres de Jesus, e talvez mais do que qualquer outro, compreendeu a dimensão do amor divino.
Em seus escritos — o Evangelho de João, as três epístolas e o livro do Apocalipse — João revelou a profundidade do mistério de Deus. Seu Evangelho é marcado por declarações poderosas, como “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1). Foi ele quem registrou com mais intensidade a missão do Salvador como expressão do amor do Pai: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira…” (João 3:16).
Mesmo perseguido, João não negou sua fé. Foi exilado na ilha de Patmos, onde recebeu a revelação que resultou no livro de Apocalipse — um dos textos mais simbólicos e proféticos da Bíblia. Ali, mesmo isolado e em sofrimento, teve visões celestiais e ouviu a voz do Senhor, deixando um testemunho que fortalece a fé da Igreja até hoje.
A longevidade de João foi, sem dúvida, um presente de Deus à Igreja. Viveu até idade avançada, e conta-se que, já idoso e fraco, era levado à frente das congregações apenas para repetir: “Filhinhos, amai-vos uns aos outros”. Essa mensagem resume sua vida e ministério: João foi, até o fim, o apóstolo do amor.
Sua história nos ensina que o verdadeiro discípulo é aquele que permanece firme, que guarda as palavras de Jesus no coração, e que, mesmo em meio à dor, continua proclamando a verdade do Evangelho com coragem e ternura.