
Com o desgaste de Tarcísio de Freitas no cenário nacional, o nome do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), começa a despontar como a alternativa mais viável da centro-direita para disputar a Presidência da República em 2026. Experiente, com trajetória consolidada e reconhecido por sua competência administrativa, Caiado surge como uma figura com musculatura política para preencher o vácuo deixado pelo bolsonarismo.
O episódio mais recente que abalou as pretensões de Tarcísio foi sua adesão inicial à proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — apelidada ironicamente de “taritrump” —, que impõe barreiras comerciais a países em desenvolvimento. Ao apoiar a medida, Tarcísio tentou agradar a base bolsonarista, mas teve que recuar ao perceber que São Paulo seria diretamente prejudicado. A guinada de discurso desagradou os dois lados: perdeu a confiança do bolsonarismo raiz e ficou mal com setores da economia paulista. Eduardo Bolsonaro chegou a criticá-lo publicamente, e o ex-presidente Jair Bolsonaro precisou intervir para evitar uma crise maior. Segundo fontes próximas, até mesmo Gilberto Kassab, principal articulador político de Tarcísio, avalia como baixas as chances de sua candidatura à Presidência.
Enquanto isso, nomes como Ratinho Júnior (PR) e Romeu Zema (MG) também são lembrados nos bastidores da direita, mas enfrentam limitações. Ambos são gestores eficazes, porém com pouca articulação nacional e menor peso político. É nesse contexto que o nome de Ronaldo Caiado ganha força.
Diferentemente de Tarcísio, Caiado nunca foi um satélite do bolsonarismo. Embora tenha dialogado com Jair Bolsonaro em pautas conservadoras, sempre manteve sua independência e um discurso institucional. Médico, ex-deputado, ex-senador e agora governador reeleito, Caiado tem história, preparo e conteúdo. Defende pautas liberais na economia, mas também implantou uma robusta política social em Goiás, com forte atuação da primeira-dama Gracinha Caiado. O Estado se tornou referência nacional em programas de inclusão e proteção social, além de apresentar os melhores índices de educação pública do país, conforme o Ideb.
Na segurança pública, Goiás também se destaca: reduziu drasticamente os índices de criminalidade e enfraqueceu o poder do crime organizado. O contraste com a crise enfrentada por São Paulo, dominada por facções como o PCC, é nítido.
Ronaldo Caiado representa uma direita democrática, moderna, que respeita as instituições e sabe equilibrar responsabilidade fiscal com sensibilidade social. Seu governo combina eficiência administrativa, rigor com o crime e compromisso com a inclusão social — um modelo próximo ao da socialdemocracia europeia, ainda que com raízes no liberalismo.
Se a direita quiser enfrentar com chances reais o presidente Lula em 2026, terá que abandonar aventuras ideológicas e personalistas e apostar num nome que reúna experiência, credibilidade e espírito público. Ronaldo Caiado pode ser essa liderança. Afinal, em política, o espaço não fica vazio por muito tempo — e, se houver juízo, o campo da direita saberá reconhecer no governador de Goiás uma alternativa sólida, confiável e preparada para liderar o país.