
A iniciativa, voltada para jovens de 10 a 17 anos de Aparecida de Goiânia, se soma ao novo programa de reforço escolar promovido pela entidade. Curso também vai ensinar conceitos de IA e conta com parceria do Sesi
Com os objetivos de introduzir jovens no mundo tecnológico por meio do ensino da robótica, reduzir a evasão escolar e formar mão de obra especializada, o Instituto Hebrom inicia nesta terça-feira (10/6) o curso gratuito de Iniciação em Informática e Robótica. O projeto atenderá, inicialmente, 21 alunos com idades entre 10 e 17 anos, selecionados entre moradores da região de Aparecida de Goiânia.
A iniciativa surgiu da preocupação com jovens que começavam a abandonar a escola para buscar trabalho informal e contribuir com a renda familiar. “O projeto de robótica é um sonho antigo que está se concretizando graças a uma parceria com o Sesi/ Senai de Aparecida de Goiânia. Estamos dando oportunidade às crianças de desenvolverem suas habilidades num ambiente adequado para que, no futuro, possam se tornar profissionais com amplo conhecimento tecnológico”, explica Denise Resende, presidente do Instituto Hebrom.
Segundo o diretor executivo do Instituto Hebrom, Marcius Cambuí, a ideia é formar esses adolescentes na área de tecnologia e, com isso, oferecer caminhos para que cheguem ao mercado formal, inicialmente como jovem aprendiz, mas com perspectiva de ocuparem no futuro funções nas áreas de TI e robótica.
O curso terá duração inicial de um ano e funcionará, neste ano, como projeto-piloto, com avaliação e ajustes previstos já no segundo semestre. O conteúdo será ministrado por professores do Serviço Social da Indústria (Sesi), com base em sua metodologia, e incluirá aulas práticas e teóricas de informática básica, montagem de robôs com kits LEGO, introdução à programação e desenvolvimento de habilidades em informática.
“Vamos começar com montagem e comandos básicos de robôs, como avanço e rotação, e depois avançar para uma etapa mais técnica”, detalha Cambuí. Os alunos também terão contato com conceitos introdutórios de inteligência artificial, tema que será aprofundado na segunda fase do projeto.
As aulas ocorrerão duas vezes por semana, em contraturno escolar, com turmas pela manhã e à tarde. A carga horária semanal será de oito horas, com estrutura completa disponibilizada na nova sede do Instituto Hebrom, em Aparecida de Goiânia. Os alunos terão à disposição notebooks, salas climatizadas, bancada especial para montagem de robôs e acompanhamento por tutores e professores capacitados.
Outro diferencial será a tutoria dos alunos por membros da equipe de robótica do Sesi, que já participa de competições nacionais. Além disso, o projeto prevê o envolvimento de colaboradores das empresas do grupo e parceiras, que poderão atuar como mentores voluntários, orientando os adolescentes e identificando possíveis talentos para futuras contratações.
“Esse curso será como um bolsão de talentos. As empresas parceiras, especialmente as da área de TI, poderão encontrar aqui seus futuros profissionais, acompanhar seu desenvolvimento de perto e até mesmo contratá-los como aprendizes”, ressalta Cambuí.
Com 32 jovens já pré-inscritos e 21 selecionados para a primeira turma, a expectativa é gerar impacto social significativo na região. Os pais dos alunos têm demonstrado entusiasmo. “Eles enxergam essa oportunidade como uma forma de tirar os filhos das ruas e direcioná-los para um futuro promissor, em uma área que cresce em todo o mundo”, enfatiza o diretor.
Reforço escolar
Além do curso de Robótica e Informática, o Instituto Hebrom iniciou, neste semestre, um programa de reforço escolar, também realizado no contraturno das aulas regulares. O objetivo é complementar a formação dos jovens, reforçando as áreas em que apresentam maior dificuldade e promovendo um melhor desempenho nos estudos.
Denise Resende explica que o reforço escolar é uma iniciativa concebida para apoiar as crianças da Escola de Futebol Maestro Júnior, mantida pelo Instituto Hebrom, oferecendo, além do esporte, um apoio nos estudos. “O objetivo é dar a elas condições para se desenvolverem física e intelectualmente para que, no futuro, possam competir no mercado de trabalho de forma igualitária com jovens que tiveram melhores oportunidades na vida.”
Para participar, um dos requisitos é a apresentação do boletim escolar no ato da inscrição. “Com base no boletim, nossos assistentes sociais e professores conseguem avaliar o histórico de desempenho do aluno e identificar as áreas que precisam de atenção, como Português, Matemática, Redação e Ciências”, explica Marcius Cambuí.
A partir dessa análise, o Instituto convida os alunos com maior necessidade a participarem das aulas de reforço, que ocorrem uma ou duas vezes por semana, conforme a demanda. Segundo Marcius, a iniciativa já vem mostrando resultados positivos e tem despertado entusiasmo na equipe pedagógica. “Começamos há cerca de dois meses e estamos muito empolgados com a evolução dos participantes. A expectativa é que, com o tempo, os alunos atinjam um nível de desempenho mais equilibrado nas escolas regulares”, afirma.

