
Há feridas que não fazem barulho, mas se escondem nos gestos, nas escolhas, nos silêncios. A vida vai passando — e a gente ama, trabalha, sorri… mas no fundo sabe: certas dores ficaram abertas por tempo demais. E o que não é cuidado, acaba transbordando. Transborda no afeto, na forma de reagir, na confiança nas pessoas… e até na forma como você enxerga a si mesmo.
Curar não é apagar o que aconteceu. É parar de viver como se ainda estivesse acontecendo. Não é ser imune à dor, mas ter coragem de encarar o que machucou e impedir que isso dite o rumo dos seus passos.
Talvez o que mais precise de paz hoje seja o lugar onde você guardou tudo o que não conseguiu dizer.
Quando a gente escolhe cuidar do que sangrou em silêncio, algo dentro muda. Porque dor tratada não vira rancor — vira aprendizado.
E às vezes, a maior cura não está em fazer justiça com as próprias mãos, mas em se reconstruir com as próprias forças.