
A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira (7) um mandado de busca e apreensão em uma fazenda localizada em Corumbaíba, no Sudeste goiano, durante a Operação Insider Key. A ação investiga uma organização criminosa especializada em fraudes em contratos de empréstimos consignados, com suspeita de desvio de R$ 17 milhões, prejudicando 143 servidores públicos e a Caixa Econômica Federal (CEF).
Conforme informações da PF, a propriedade rural alvo da operação está registrada em nome de um laranja ligado a um dos principais investigados. A Justiça Federal determinou o sequestro da fazenda, além de imóveis, veículos e valores em contas bancárias pertencentes aos envolvidos, visando ressarcir os cofres públicos e interromper o esquema de lavagem de dinheiro.
A investigação revelou que o grupo fraudava a liberação de margem para empréstimos consignados e aplicava o chamado “golpe da falsa portabilidade”, iludindo servidores com promessas de vantagens inexistentes na troca de instituições financeiras. Para enganar as vítimas, os criminosos se passavam por assessores financeiros ou correspondentes bancários, utilizando empresas de fachada e contratos aparentemente regulares.
Segundo o delegado da PF, André Monteiro, foram identificados 341 contratos desaverbados de forma fraudulenta, afetando 143 clientes, entre servidores ativos, aposentados e pensionistas. Também há indícios da participação de um servidor da própria Caixa Econômica nas fraudes.
Durante os mandados, os agentes apreenderam 12 armas de fogo, incluindo um fuzil, carabinas, pistolas e revólveres, todas registradas em nome de um dos líderes da quadrilha. O delegado informou que essas armas teriam sido compradas com dinheiro oriundo das fraudes.
A investigação apontou ainda movimentações bancárias incompatíveis com os rendimentos declarados pelos investigados à Receita Federal. A organização usava empresas de fachada e contas de terceiros para ocultar patrimônio e lavar o dinheiro obtido de forma ilícita.
A Operação Insider Key envolveu o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão — 11 em Goiânia e 1 em Corumbaíba —, incluindo áreas rurais como a fazenda alvo da ação.
Os investigados poderão responder por peculato eletrônico, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, organização criminosa e lavagem de dinheiro.