Equatorial Goiás alerta sobre impacto de raios na rede elétrica

Entenda como um raio de até 1 bilhão de volts pode afetar o sistema elétrico; descargas atmosféricas são responsáveis por 20% das interrupções no fornecimento de energia no estado

 As tempestades acompanhadas de milhares de descargas atmosféricas no estado trazem um desafio para a manutenção da infraestrutura elétrica de Goiás. A Equatorial, ciente dos riscos e impactos dos raios na rede, adota medidas de proteção constantemente para garantir a segurança e a continuidade do fornecimento de energia aos goianos. Mas, você sabe qual é o real impacto de um raio na rede? A companhia explica a seguir.

A força de um raio

Com uma corrente típica de 30 mil Ampères, cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico, essas descargas percorrem distâncias de até 5 km. Quando um raio atinge a rede elétrica, sua alta intensidade e energia podem causar danos significativos aos componentes da rede, desde transformadores até linhas de distribuição.

“O impacto de um raio na rede elétrica pode resultar em danos de transformadores e em diversos equipamentos elétricos, causando interrupções no fornecimento de energia”, explica o gerente do Centro de Operações Integradas da Equatorial Goiás, Vinicyus Lima. A voltagem de um raio pode variar entre 100 milhões e 1 bilhão de volts, o que torna sua força destrutiva capaz de provocar surtos elétricos que afetam a distribuição de energia em larga escala.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) alerta que o Brasil, por ser um país tropical, tem a maior incidência de raios do mundo. Regiões quentes como Goiás favorecem a formação de tempestades e descargas elétricas. O aquecimento global tem gerado temperaturas extremas, temporais cada vez mais fortes e tem aumentado a quantidade de raios, segundo os pesquisadores. Por isso, é fundamental estar preparado para os riscos associados a esses fenômenos naturais.

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Impacto dos raios na rede elétrica

A descarga de um raio pode afetar a distribuição de energia de duas maneiras principais: por incidência direta ou indireta. Na incidência direta, a descarga atinge diretamente as instalações ou a rede elétrica, provocando sobretensões que podem danificar circuitos de distribuição. Já na incidência indireta, a energia do raio é transferida para a rede elétrica através de diferentes formas, causando surtos elétricos que podem danificar equipamentos conectados.

Para os consumidores, isso significa que um raio, mesmo caindo a quilômetros de distância, pode causar danos a eletrodomésticos e outros aparelhos eletrônicos devido aos surtos elétricos propagados pela rede. “É essencial que os clientes estejam cientes desses riscos e adotem medidas de proteção, como evitar utilizar equipamentos ligados a tomada durante tempestades”, alerta Vinicyus.

A intensidade das chuvas e o aumento na frequência de raios causam danos significativos à rede elétrica. As descargas atmosféricas são responsáveis por aproximadamente 20% das interrupções no fornecimento de energia, além de ocasionarem curtos-circuitos, danos a equipamentos e até mesmo acidentes fatais. Segundo o gerente do Centro de Operações Integradas da Equatorial Goiás, a queda de árvores, galhos e outros objetos sobre a rede tem um impacto considerável no fornecimento de energia durante tempestades. “Nesses casos, a reconstrução da rede elétrica demanda mais tempo, pois é necessário substituir postes, trocar cabos e transformadores, além de remover a vegetação que é arremessada contra a rede”, afirma.

Vinicyus destaca ainda que a empresa possui um sistema de monitoramento de raios para acompanhar a evolução das tempestades e facilitar a mobilização das equipes de campo, visando reduzir o tempo de resposta em casos de interrupção no fornecimento de energia. “Quando identificamos uma região e com previsão de chuvas e descargas atmosféricas, acionamos imediatamente as equipes de manutenção. Isso permite que os técnicos tenham mais tempo para planejar suas ações no local”, explica.

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Os perigos próximos à faixa de servidão

Além de danos a rede elétrica, os raios frequentemente atingem às faixas de servidão, onde existem criações de animais. A faixa de servidão é uma área de segurança reservada para a operação e manutenção das linhas de distribuição. O domínio desta área permanece com o proprietário, porém com restrições de uso, sendo proibida a prática de queimadas, construção, plantação ou qualquer ação que possa obstruir as linhas.

A presença de animais representa um perigo significativo, quando um raio atinge ou passa perto dessas estruturas, a descarga elétrica pode ser fatal. Além disso, eles podem causar interrupções no fornecimento de energia ao entrarem em contato com componentes energizados. “Recomendamos que os proprietários mantenham seus animais afastados das áreas próximas às redes de alta tensão para evitar acidentes graves”, orienta o gerente.

Equatorial Goiás registrou em torno de 14,4 milhões de raios em 2023

Segundo uma análise realizada em colaboração com o Climatempo e os técnicos do COI da distribuidora, houve um aumento visível na incidência de raios em áreas urbanas, relacionado ao aumento de temperatura e poluição nos centros urbanos. O sistema de monitoramento de raios da concessionária registrou cerca de 15 milhões de raios este ano e em torno de 14,4 milhões de raios durante o ano de 2023 em toda a sua área de concessão, 379% a mais que o contabilizado durante o ano de 2022. Esse aumento pode ser atribuído ao fenômeno das ilhas de calor, onde a urbanização intensiva resulta em temperaturas mais altas, criando condições ideais para a formação de tempestades e, consequentemente, raios.

Sobre a Equatorial Goiás

A Equatorial Goiás é uma empresa que pertence ao Grupo Equatorial, uma holding brasileira do setor de utilities, sendo o 3º maior grupo de distribuição de energia do País, com 7 concessionárias que atendem mais de 56 milhões de pessoas. Somente em Goiás são cerca de 3,5 milhões de pessoas atendidas, localizadas em 237 municípios do Estado e abrangendo 98,7% do território estadual, com cobertura de uma área de 336.871 km².

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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