Atual presidente nacional da sigla, o goiano já teria admitido que a única opção dos tucanos seria se unirem em federação ou fusão com outros partidos maiores. “Porque se não o partido vai morrer”, frisa.
Segundo informações publicadas na Coluna Giro, do jornal O Popular, o ex-governador Marconi Perillo pode ser o último presidente nacional do PSDB. A possibilidade é aventada pelo fato de que o partido, que já teve o presidente da República, caminha para a extinção, o que poderia ser evitado por uma eventual fusão ou federação com outros partidos com maior representatividade no Congresso.
Segundo a nota assinada pelo jornalista Caio Salgado, nos bastidores que circulam em Brasília, cresce no PSDB o desejo de fusão ou incorporação com um partido de grande porte, e os parcos parlamentares da sigla manifestam interesse em avançar nas conversas com Republicanos ou PP, mas não descartam PSD, MDB e União Brasil. No caso das duas últimas opções, haveria impacto direto na política local de Goiás. Diante da proximidade de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela com as cúpulas dos seus respectivos partidos, é improvável que PSDB se unisse com MDB e União Brasil.
De acordo com o próprio Marconi, a única saída para o PSDB é o caminho aventado por seus parlamentares e outros integrantes da sigla – fusão ou federação -, caso contrário o partido vai morrer. “Os partidos que têm hoje menos de 20 deputados federais terão necessariamente que se juntar em federação ou fusão, porque se não vão morrer”, frisa, já temendo entrar para a história como o “coveiro” da legenda.
Nas eleições municipais deste ano, o PSDB perdeu quase metade das prefeituras que administrava, caindo de 535 para apenas 272 prefeitos eleitos. Esse resultado é um reflexo direto da crise de identidade e da desconexão que o PSDB enfrenta com a base eleitoral, resultante de uma série de decisões questionáveis e da falta de renovação em sua proposta política.
A gestão de Marconi Perillo, marcada por controvérsias, não conseguiu transmitir uma imagem de confiança e competência, essenciais para a manutenção da popularidade do partido. O tucano, em vez de ser uma figura unificadora, acabou se tornando um símbolo da fragilidade do PSDB, que, apesar de seu histórico de governança, não conseguiu se reinventar diante dos novos desafios impostos pela política contemporânea. As promessas de modernização e inovação na abordagem política foram superadas por erros de estratégia e pela ausência de um discurso atraente para o eleitorado.
Além das derrotas nas eleições municipais, o cenário nacional do PSDB é igualmente preocupante. O partido, que já foi um dos protagonistas no cenário político brasileiro, atualmente conta com apenas 13 deputados federais e um único senador, reduzindo-o a uma condição de partido nanico. Essa perda de relevância no Congresso reflete a dificuldade em construir alianças sólidas e a falta de uma liderança carismática que possa galvanizar o apoio popular. O distanciamento do eleitor e a dificuldade em se conectar com as demandas atuais têm comprometido suas chances de recuperação.