E esse vício não se dá pelo título de vencedor, mas sim pelo sentimento em receber a recompensa de um árduo processo.
Processo esse que foi planejado, testado, ajustado e executado, até a vitória.
Mas apesar de todo o esforço que deve ser feito para vencer, há algo que importa mais do que qualquer outra ação: coragem.
Quem vence é, sobretudo, um corajoso.
Afinal, a vitória pressupõe riscos; e grandes, por sinal.
Uma vitória genuína não é fácil.
Por mais que você a queira muito, haverá sim pensamentos que te farão avaliar se a causa é, realmente, válida, e se o esforço compensa.
A fadiga dará sinais, o medo se fará presente e incontáveis noites de sono serão perdidas, por tentar imaginar quantas coisas você pode perder, por continuar acreditando no processo até a vitória.
Planejar uma vitória, mapear os riscos e, ainda assim, decidir continuar, é algo que só um vencedor faria.
Há 30 anos, perdemos um grande vencedor. Um vencedor que sabia quem era, em suas próprias palavras:
“Não sei dirigir de outra maneira que não seja arriscada. Quando tiver de ultrapassar, vou ultrapassar mesmo. Cada piloto tem o seu limite. O meu é um pouco acima dos outros.”
Senna era quem queria e buscava o lugar além da primeira posição.
Senna buscava o recorde, a superação das expectativas — a marca de um vencedor incontestável.
Mais que um piloto, Ayrton era um corredor de riscos. E os que corria, beiravam os 300km/h e um factível adeus.
Porém, na vida, um vencedor incontestável detém a probabilidade de passar por tudo, menos pelo risco de ser esquecido.
Seu legado segue vivo e bem presente.