O atual governo e o anterior protagonizam um debate, neste momento, sobre os números da balança comercial estadual. Bom. E é interessante porque acabam aparecendo informações válidas e importantes, normalmente fora do foco do noticiário do dia a dia.
É óbvio: hoje, Goiás exporta muito mais que nas gestões do PSDB, mesmo porque a economia não para e avança incessantemente. O secretário de Indústria & Comércio Joel Sant’Anna Braga garante que, de um valor de US$ 7 bilhões, em 2018, alcançamos agora US$ 14 bilhões em 2022. Isso mostra vigor acima da média e significa que o Estado está pronto para a revolução prometida pelo vice-presidente Geraldo Alckmin como ministro da Indústria & Comércio do governo Lula. E não há dúvidas de será bem-sucedido: ministro forte equivale a políticas poderosas de estímulo e crescimento na sua área de atuação.
O ex-governador Marconi Perillo, pessoalmente, entrou no debate. E levantou um ponto crucial: segundo ele, o governador Ronaldo Caiado não tem agenda internacional, o que, acusa, traz prejuízos para o Estado. Mas aí a porca torce o rabo. Vamos lá: nenhum governador de Goiás teve tanta “agenda internacional” quanto Marconi. Não é exagero estimar: somados os dias que passou no exterior, temos no mínimo um ano e quem sabe um ano e meio de viagens pelo mundo afora, em quatro mandatos, talvez mais. A questão é definir o que isso trouxe de benefício para as goianas e os goianos.
Marconi precisa fazer um mea-culpa. Ele não é capaz de especificar o que representou para Goiás o tempo em que perambulou fora do país quando era governador. Um dos problemas graves é que as missões não tinham desdobramentos e se encerravam em si mesmas. Algumas foram repetitivas, como a busca pela fábrica de tratores da Bielorrússia ou a de armas dos investidores árabes ou até mesmo a de aviões de grande porte da Rekkof. A tentativa de atração desses capitais motivou muitas viagens e não deu em nada.
Caiado acabou com essa “agenda internacional” que só produziu despesas e retorno irrisório, a menos que Marconi tenha algum relatório ou até mesmo uma prestação de contas para mostrar o contrário. Se tiver, deveria apresentar. Na verdade, Estados não contam com condições de interlocução necessárias para capturar recursos em nível global, que dependem de políticas nacionais. É fato e é duro para o chamado “legado” dos tucanos, mas é assim que foi e é.
Fonte: Blog do JLB