Discurso de Posse do Governador Ronaldo Caiado – 1º de janeiro de 2023

No primeiro dia do ano de 2019, eu tomava posse pela primeira vez e o fiz munido de dois compromissos: trabalhar para aqueles que realmente precisam e principalmente trabalhar com honestidade e respeito ao dinheiro público.

Fomos fiéis a esses compromissos e pudemos enfrentar e vencer tempos muito difíceis.
Nunca imaginei que seria fácil, tal a situação que se encontrava o estado. Mas não podíamos imaginar o que estava por vir. Encontramos um estado colapsado, envolvido em corrupção, escândalos de toda ordem somados às dificuldades advindas da pandemia da covid-19.

Independente de todas as dificuldades, estávamos comprometidos com a transformação, seriedade, honestidade e com a reconstrução de Goiás. Tínhamos foco e fé. Foco para devolver Goiás aos goianos, entregar um estado melhor, respeitado nacionalmente, mais justo e com melhor qualidade de vida. Fé – que nunca me faltou – ancorado na presença do padre Edimilson, carregando a coroa do divino e abençoando meu gabinete.

Senti que, com a intercessão do Espírito Santo e da minha santinha nossa Senhora das Graças, que carrego há 62 anos, e com apoio do povo goiano, nós superaríamos todas as dificuldades, que não eram poucas. Tanto que era comum ouvir da classe política que dificilmente meu governo concluiria o primeiro ano de mandato.

Terra arrasada. Goiás era Disneylândia da corrupção e da bandidagem. Sabia que não havia tempo para reclamações. Era preciso coragem para tomar decisões, trabalhar, resgatar o verdadeiro conceito de estado e reconstruir Goiás. E assim o fizemos. Quando assumi o governo em 2019, não assumi apenas o prestígio e a honra de governar para 7,2 milhões de goianos. Assumi, sobretudo, a responsabilidade de enfrentar e apresentar soluções aos problemas do estado.

Goiás se transformou e hoje é referência em gestão pública, que tem um sentido amplo, mas que foi alcançado por nós. Responsabilidade fiscal, administrativa, política e humanística. Não posso deixar de citar alguns dos crimes que foram praticados nos 20 anos que antecederam minha posse.

Importante que fique gravado nos anais da Assembleia Legislativa de Goiás e possa servir para consulta de futuros governantes o quanto o dinheiro público por 20 anos foi para o ralo da corrupção. Servidores públicos sem receber, com o agravante que todos que tomaram crédito consignado tiveram as parcelas debitadas no contracheque, as quais, por sua vez, não foram repassadas à Caixa Econômica, levando vários servidores a serem inscritos no Serasa como devedores. Modalidade de corrupção colocada em prática pelo governo anterior: assaltar até o salário do servidor.

No dia da minha posse, fui informado, no início da noite, que o Hospital Materno-Infantil amanheceria com as portas fechadas. Na companhia do colega médico e deputado Zacharias Calil fomos até lá e pudemos constatar situações e ouvir declarações de profissionais da saúde que relatavam a precariedade quanto a manter aquelas crianças na UTI. Os próprios servidores da unidade faziam caixinha para comprar medicamentos anticonvulsivantes na farmácia para tirar crianças da crise.

Com poucos dias de governo, recebo em audiência o professor Jorge de Jesus Bernardo. Senhor, com toda formalidade, se apresentou como presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Educação Superior do Estado de Goiás, conveniadas ao programa Bolsa Universitária. Passou a me relatar que há 17 meses não recebiam as mensalidades e que a dívida chegava ao valor de R$ 76 milhões. Enquanto isso, os alunos que completariam o curso naquele ano, não teriam colação de grau e os demais seriam desligados, já que as faculdades não suportavam arcar com tamanho prejuízo.

Havia recebido o governo com caixa de R$ 11 milhões e dívidas vencidas na ordem de mais de R$ 6 bilhões. Naquele momento, sem uma solução a apresentar diante da gravidade do fato, disse a ele: “professor, estou vivendo uma situação que me faz lembrar de um político mineiro que passou por situação semelhante”. Ele abriu um sorriso, descontraiu-se na cadeira e me perguntou: “como assim?”. Eu contei: “numa madrugada, uma pessoa bate à porta do político mineiro Zé Maria Alckmin. O cidadão demonstrava muita ansiedade e pedia socorro. Ele mandou entrar, sentar e ouviu a seguinte situação: ‘por favor, me ajude. Não tenho a quem recorrer. Minha mulher está em trabalho de parto, não tenho enxoval para o bebê que vai nascer, não tenho comida em casa e estou com aluguel atrasado’. Zé Maria refletiu e respondeu: ‘meu filho, você que está sabendo que sua mulher está grávida há nove meses e foi pego desprevenido, imagina eu que estou acabando de saber’.”
Agora, com o clima já descontraído, o professor Jorge me fez uma proposta: “conheço sua tradição política e de sua família. Se o senhor parcelar a dívida por quatro anos do seu governo, não atrasar as parcelas e as mensalidades, eu mantenho os convênios”. Fiz o compromisso.

No início do ano de 2022, quitei a última parcela, com 11 meses de antecedência, e tive a oportunidade de recebê-lo no Palácio das Esmeraldas, onde ele fez um pronunciamento que emocionou a todos nós. Essa situação demonstra claramente o quanto as pessoas estavam carentes de um governante que cumpre sua palavra e não constrange quem presta serviço ao governo com a prática da propina.

Mesmo na fase mais complicada do governo, jamais utilizei dinheiro do duodécimo dos poderes ou dos repasses obrigatórios aos municípios. Prefeitos me trouxeram, então, mais uma situação inédita: não recebiam há 13 meses os repasses obrigatórios da saúde e há 8 meses as verbas do transporte escolar e da merenda. Lembrando que eu havia sido eleito com apoio de apenas 14 prefeitos em 2018 e, em todo mandato, nunca atrasei uma parcela sequer de repasse a todos os 246 prefeitos e prefeitas. Assumi e quitei 100% das dívidas com as prefeituras.

Em Goiás, o povo estava exausto do medo do roubo e das mortes. As quadrilhas e as facções ocupavam cada vez mais espaço. A impunidade reinava. O governo não deixava a polícia trabalhar. Os policiais estavam desmotivados, humilhados, ganhando R$ 1,5 mil por mês – valor repassado à famigerada terceira classe, que foi extinta no meu governo e que hoje o menor salário ultrapassa R$ 5 mil. Nossos jovens eram drogados por traficantes nas portas das escolas. Imperava o medo de denunciá-los e quem o fazia, sofria retaliações.
Professores foram assassinados no Entorno de Brasília. Várias cidades de Goiás constavam no mapa das mais violentas do Brasil. No campo, não era diferente, ninguém se sentia seguro, dormindo na sua propriedade rural. Assalto aos proprietários de camionetes era toda hora e em todo lugar. Seguradoras de veículos excluíam essa categoria ou quando faziam eram valores extorsivos. Hoje, Goiás tem o menor valor do Brasil em apólice de seguro de camionete. As cidades eram acordadas com explosões de bancos e caixas eletrônicos. O Novo Cangaço sequestrava cidades, fazendo inocentes como escudo humano. Hoje, nós temos a melhor segurança pública do país.

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Na educação, o quadro não era diferente. Os colégios estavam sucateados, as salas de aula não tinham condições mínimas para a aprendizagem, os banheiros eram verdadeiros muquifos, a merenda de péssima qualidade, servida em pratos de plástico e canecas ensebadas. Presenciei crianças assistindo aula debaixo da sombra de árvores, sentados em latas vazias de tinta, tamanho era o calor dentro das salas. Já há 15 anos, a educação do Entorno convivia com uma chaga que já era aceita como se fosse normal: o chamado turno da fome, no qual as crianças tinham apenas algumas matérias da grade curricular sem direito à alimentação. A área de recreio eram verdadeiros lixões com ausência de quadras cobertas ou de lugar apropriado para atividades físicas. Os professores e professoras, desestimulados sem nenhuma condição de avançar na qualificação de seus alunos.
Mas, após anos de muito trabalho, nada me alegra mais que ver nossos 1.049 colégios reformados, todos os 530 mil alunos uniformizados, com tênis e mochila, e com material escolar de ponta, além de laboratórios de física, química, biologia e informática para todas as escolas de tempo integral e também em muitas escolas de período regular. Recebemos em 2018, 124 centros de ensino em período integral, e concluímos 2022 com 258.
Reajustamos o valor da merenda escolar em 300%, passando de R$ 41 milhões para R$ 139 milhões investidos na alimentação de nossos jovens. Quadras cobertas, cantinas reformadas, refeições servidas em pratos e canecas de vidro e talheres de inox. Tudo isso me emocionou e também me emocionou hoje ver professores e alunos, em clima de alegria, disputando qual a escola mais bem tratada e com as melhores notas no Ideb e no Enem. Mas a cena que jamais esquecerei foi quando assisti aos alunos com deficiência visual ou mesmo cegos usando óculos com dispositivo de leitura Orcam My Eyes, podendo acompanhar as aulas e participando do convívio escolar. Esses são depoimentos que jamais esquecerei.

Na saúde, pacientes do nordeste goiano se negavam a fazer hemodiálise diante do calvário que era se descolar 600 km dia sim dia não, transportados em pequenos carros ou em vans sucateadas. Me marcou muito um relato de um paciente que me disse certa vez: “esse tratamento não tira apenas a sujeira do meu sangue, mas arranca um pedaço da minha alma a cada dia que sou submetido a esta viagem”.
A única unidade de saúde que atendia todo o Nordeste goiano estava em Formosa ou Brasília, isso quando os pacientes eram aceitos, sendo que muitos eram obrigados a se deslocarem para Barreiras, na Bahia, ou Palmas, no Tocantins, para realizar o tratamento.
Os únicos locais de atendimento aos pacientes graves de qualquer região do estado de Goiás estavam nas cidades de Goiânia, Anápolis e Aparecida, onde ficavam concentrados os hospitais públicos e os 246 leitos de UTI. A vida dos goianos dependia da ambulancioterapia e da possibilidade de se conseguir uma vaga em um dos hospitais dessas três cidades. A vida no interior era uma atividade de alto risco, já que a qualquer acidente não lhe era dada a oportunidade de ser atendido na região. Chegamos ao final de 2022, avançando e muito na regionalização da saúde no estado de Goiás.
Inauguramos e implantamos seis policlínicas nas cidades de Posse, Goianésia, Quirinópolis, São Luís de Montes Belos, Formosa e Cidade de Goiás, atendendo às suas respectivas regiões. Aquilo que só existia em Goiânia, Anápolis e Aparecida, que são hospitais de média e alta complexidade, que tinham 246 leitos, foi ampliado para mais de 900 leitos de UTI com hospitais regionais instalados e todos em pleno funcionamento nas cidades de Itumbiara, Luziânia, Formosa, Uruaçu, Trindade, São Luís de Montes Belos e Jataí; além, é claro, de convênios feitos com outras tantas prefeituras. No início de 2023, entregaremos o tão sonhado hospital de Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF, que está pronto e será aparelhado nos próximos meses.

A UEG, ao invés de ser uma universidade com as prerrogativas constitucionais de independência administrativa, política e financeira, com poderes para definir suas unidades regionais, os cursos e a grade curricular, se transformou em um apêndice do governo. Unidades universitárias eram definidas nos palanques, de acordo com a vontade do governante e os cursos ao sabor do que poderia lhe render votos naquele momento.
A UEG tinha mais de 30 campi universitários. A USP, maior do país, tem 10 campi. O curso de medicina autorizado para Itumbiara e a construção do hospital estadual ficaram na promessa e no calote aos alunos que, acreditando, viram que não tinham professores e nem laboratórios para formá-los médicos. Essa situação veio a ser resolvida em nosso governo, com concurso e contratação de 94 professores, instalação de laboratórios em parceria com a prefeitura de Itumbiara, com o prefeito Dione e com o empresário Alberto da caramuru. Além disso, assumimos o hospital São Marcos, que hoje é referência em média e alta complexidade, com 60 leitos de UTI.
Situações semelhantes dentro da UEG ocorriam por outras regiões. Os reitores da universidade, que deveriam dar bom exemplo na formação de jovens, todos deixaram o cargo envolvidos em suspeitas de corrupção e respondendo a processos. Tiramos a UEG das páginas policiais e transferimos para onde ela deve estar: nas páginas acadêmicas. Hoje, a UEG respira plenos poderes e as indicações dos cargos guardam respeito às listas que nos são apresentadas.

A Agetop, conhecida como um dos órgãos que se notabilizaram pelos escândalos e denúncias de corrupção em todas as obras que estavam sob sua gestão, se especializou em ser o órgão oficial do caixa 2 das campanhas eleitorais dos governos anteriores, como também do enriquecimento ilícito de várias autoridades do estado.
Com o exemplo da Agetop, outras secretarias e órgãos do governo se transformaram também em um tecido apodrecido, meio de próprio para proliferação da bactéria da corrupção. Ao chegarmos ao governo, a assepsia começou pela mudança do nome. Hoje, os empresários goianos são unânimes ao dizer que prestam serviços à nossa Goinfra e que nem sequer conhecem o diretor financeiro do órgão.

A venda da Celg distribuidora foi, sem dúvidas, o maior caso de corrupção de Goiás. Foi vendida por R$ 1,2 bilhão e o tesouro do estado teve que assumir uma dívida junto à Caixa Econômica de R$ 5 bilhões, enquanto o passivo trabalhista da empresa, por 29 anos, contabiliza uma dívida de R$ 12 bilhões que os goianos estão e continuarão pagando por muitos anos.
Além das consequências de endividamento, a distribuição de energia é o fator impeditivo do crescimento do estado de Goiás, trazendo prejuízos diários a todos os consumidores e impedindo indústrias de serem instaladas. Nós vendemos a Celg-t, que é uma pequeno apêndice da Celg distribuidora, por R$ 2,1 bilhões. Todo valor foi utilizado para a quitação do rombo da previdência dos servidores públicos.

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Relato alguns fatos que podem parecer até cômicos, se não fossem trágicos. A capela do estádio serra dourada foi roubada e o local passou a abrigar uma fábrica clandestina de uísque. Os goianos que foram contemplados com sorteio da nota fiscal goiana foram vítimas do calote, tendo recebido no meu governo.
Não pararam por aí. Os fornecedores dos eventos culturais e artísticos promovidos desde 2017, seja o Fica, Canto da Primavera, Cavalhadas ou Fundo de Arte e Cultura, ficaram sem receber R$ 60 milhões, pagos também em nosso governo.

Os poderes e órgãos independentes não tinham previsão para receberem o duodécimo. Nosso governo, porém, nunca o atrasou um dia sequer.

Os Restaurantes Cidadão, que fornecem alimentação para a população mais carente, tinham uma dívida de R$ 3 milhões e estavam para fechar as portas. Todas as unidades da OVG estavam sucateadas e acabadas.

Ainda na parte social, o Fundo Protege, nos quatro anos do governo anterior, foi responsável pelo investimento de R$ 1 bilhão 426 milhões, período em que havia menos de 20 ações sociais financiadas pelo fundo. De 2019 a 2022, nosso governo investiu 4 bilhões 618 milhões de reais na área social, totalizando 669% a mais, em mais de 70 programas. E a previsão na lei orçamentária do ano de 2023 é de R$ 3 bilhões para investimentos.
Reconheço que para superar tudo isso e muitas outras situações que não relatei, tive que passar muitas noites em claro e também abusei dos meus créditos com o divino espírito santo e minha nossa senhora das graças, pedindo que me mostrassem saídas.

Minha formação profissional como cirurgião sempre me impôs a coragem de tomar decisões. Lógico, que com conhecimento científico, minha formação política que, até então havia sido no legislativo, me ensinou que só se constrói vitórias se construirmos maioria. Ou seja, jamais devemos nos sentirmos donos da verdade. Pelo contrário, precisamos ser capazes de fazer concessões para construir pontes de concordância.
Baseado nos três pilares da fé, da minha profissão e da minha formação legislativa, busquei compartilhar a situação do estado a todos os presidentes de poderes e órgãos independentes; e, a partir daí, fomos construindo soluções para todos os problemas. Inauguramos um modelo que nunca havia sido praticado em Goiás. E que estendi a todos os 246 prefeitos e prefeitas, ouvindo também os mais de 2,5 mil vereadores. Assim, foi possível definir nossas metas e prioridades.

A reconstrução do arcabouço fiscal do estado e a superação de todas as etapas até chegarmos ao regime de recuperação fiscal (RRF) deve-se muito aos ministros do supremo tribunal federal (STF) Dias Toffoli e Gilmar Mendes, com suas decisões, e também por terem presidido as sessões que construíram o texto final do acordo entre Goiás e a União do RRF. Para que chegássemos à fase final, o processo foi longo, dependeu da coragem e visão dos deputados estaduais da base do governo e do senhor presidente Lissauer Vieira. Agradeço-os de público.
Com a mesma relevância na matéria, agradeço aos presidentes do Tribunal de Justiça de Goiás, desembargador Walter Carlos Lemes e desembargador Carlos Alberto França. Ao procurador-geral de justiça, Aylton Vechi; ao presidente do Tribunal de Contas dos Municípios, Conselheiro Joaquim de Castro; ao defensor público geral, Dr Domilson Rabelo; e por último ao presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro Celmar Rech, que pelo seu profundo conhecimento do assunto foi o grande balizador das nossas reuniões, o meu muito obrigado.
Contribuíram também deputados federais e senadores que fizeram mudanças substantivas na Lei Complementar 159 para que pudéssemos atingir as exigências necessárias para sermos contemplados. Externo meus agradecimentos também aos meus secretários que estiveram diretamente mais envolvidos neste processo, Cristiane Schmidt da Economia, Alan Tavares da Casa Civil e Juliana Prudente da Procuradoria Geral do Estado. O agradecimento é também extensivo a todos os servidores das pastas citadas.
Conseguimos ser o primeiro e único estado a se beneficiar da renegociação das dívidas de Goiás a patamares que nos permitiu transformar Goiás em um case de sucesso nacional. Saímos de um estado de calamidade financeira, com salários atrasados e mais de 4 mil e 600 fornecedores com dívidas vencidas, ultrapassando R$ 6 bilhões.

Chegamos hoje, quando assumo meu segundo mandato, superando todas as metas, atingindo uma situação nunca antes vivida no estado de Goiás, com todas dívidas quitadas, salários pagos dentro do mês, consignados em dia, duodécimo aos poderes sem nunca ter atrasado, municípios com dívidas anteriores ao meu governo pagas e repasses religiosamente em dia. Hoje temos todos os prefeitos e prefeitas, independente de siglas partidárias, tratados de forma republicana e tendo seus direitos respeitados, acrescido de vários programas do governo para ajudá-los.
Essa parceria gerou um grau de comprometimento com a gestão de todos os municípios que a mídia estadual e as pesquisas atestam ser a melhor safra de prefeitos do estado de Goiás. Para minha alegria, recebi na minha reeleição de forma espontânea o apoio de 236 prefeitos e prefeitas que foram fundamentais para nossa vitória em primeiro turno, dando a mim a oportunidade de ter sido o único governador da história eleito e reeleito em primeiro turno. Com respeito ao dinheiro público, foram quatro anos governando com uma única direção: melhorar a vida de cada goiano e goiana. E melhoramos.

E quais são os principais desafios estabelecidos para o período de 2023 a 2026? Fazer de Goiás o melhor lugar possível para se viver, para trabalhar, educar os filhos e construir o futuro das famílias. Criar caminhos responsáveis que unifiquem a economia com a questão social, como deve ser.
Goiás não tem espaço para a tecnocracia. A verdadeira economia articula o crescimento econômico e o desenvolvimento social.
Vamos ampliar o trabalho da segurança pública, garantindo mais proteção para a população, seguir diminuindo todos os delitos e proteger nossos policiais civis e militares, bombeiros, agentes penais. Vamos construir presídios seguros, que é o lugar certo para o bandido estar. Aumentar o combate ao tráfico de drogas e acabar com as quadrilhas com inteligência e comando. A segurança do goiano e da goiana seguirá sendo uma responsabilidade direta minha, que sou o comandante chefe das forças policiais.
Também vamos aumentar, ano a ano, a qualidade da educação pública. Melhorar a aprendizagem e valorizar ainda mais os trabalhadores. Pactuar com as famílias que a educação seja a prioridade total delas. Pactuar com as cidades metas educacionais para que o futuro seja muito melhor. Adotar critérios transparentes de avaliação para que tenhamos uma educação emancipatória.
Vamos chegar nos mais pobres e oferecer proteção com oportunidade. Não queremos pobres sendo sempre pobres. Queremos e vamos romper com o ciclo da pobreza em Goiás. Não fazemos transferência de renda para celebrar números de atendidos, mas para gerar o caminho da emancipação, que deve ser um direito de cada goiano e cada goiana.
A cidadania verdadeira deve ser conhecida desde o primeiro dia de vida. Mas cidadania é autonomia, cidadania é independência, cidadania jamais será herdar um cartão de transferência de renda. A herança que nosso governo quer deixar é a aprendizagem, vagas de emprego, cursos profissionalizantes e acesso ao nível superior – seja por meio da nossa Universidade Estadual de Goiás, seja por meio do Programa Universitário do Bem.
Digo e repito: se tem um direito que os pobres precisam ter é o de deixarem de serem pobres e nós vamos nessa direção. Vamos trabalhar todos os dias para acabar com o ciclo geracional da pobreza.
Na Saúde, temos o Hospital do Câncer para implantar e temos ainda o desafio de levar cada vez mais saúde para cada cidadão. A regionalização da saúde vai seguir seu rumo seguro e eficaz. Temos muitas estradas para reformar e construir e, junto com elas, gerar milhares de empregos.
O Fundo de Infraestrutura aprovado nesta Assembléia será fundamental para a arquitetura social que vamos desenvolver em Goiás. Obras melhoram a vida do goiano. Obras geram empregos para os goianos terem autonomia. E a autonomia vence o ciclo da pobreza.
Tudo que deu certo nos últimos quatro anos vai continuar, mas vamos avaliar com todo cuidado. Tudo que ainda precisa ser feito vamos fazer, pois nosso compromisso com a população será cumprido. Faremos um governo com planejamento imediato e com metas de longo prazo. É preciso plantar e semear hoje o futuro.
O verdadeiro homem público não pode pensar só no hoje. Deve ter total responsabilidade com o amanhã. Sou governador do tempo presente, mas com responsabilidade com o futuro e esse futuro se constrói numa aliança social entre família, educação e trabalho.
É fundamental estabelecer metas sociais, educacionais e de diminuição progressiva da desigualdade para Goiás ter a certeza que seu futuro será próspero. Mas reafirmo que nosso governo fará uma verdadeira aliança social com as famílias.
O governo pode muito, mas não pode tudo. As famílias devem acreditar que elas são protagonistas na mudança que tanto querem. Realizar a mudança que todos querem requer plena adesão e participação da família.
O governo deve garantir escola de qualidade, mas é a família que deve levar a criança para a escola. O governo deve garantir saúde, mas é a família que deve ser responsável pela caderneta de vacinação. As famílias precisam recuperar suas responsabilidades para conquistarem o que querem. É por isso que vamos trabalhar muito na aliança social, formada por família, educação e trabalho. Nosso maior desafio é ter as famílias como parceiras de transformação e não como usuárias de serviços.

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E para avançarmos nesse desafio, precisamos trabalhar em parceria e total articulação com os servidores estaduais, prefeituras e governo federal. Um dos pilares que vai avançar muito nos próximos quatro anos é o pilar da parceria. Manteremos um diálogo e cooperação republicana com as 246 prefeituras e com o governo federal. No nosso governo, é o goiano em primeiro lugar. É Goiás em primeiro lugar.
Sem união, unidade e articulação com os entes federados e com os poderes constituídos, estaremos perdendo tempo e perdendo as verdadeiras lutas que devem ser travadas. É por isso que reafirmo que governar é unir esforços. Não se governa sozinho. Não se muda um estado sozinho. É a união independente de posicionamentos políticos que pode e vai levar Goiás a avançar ainda mais.
Quem me conhece sabe que estou aberto sempre ao diálogo e sempre aberto a mudar de opinião quando for necessário para Goiás. Não tenho compromisso com o erro, não tenho relacionamento com a má política e faço política com a verdade pulsando no coração, nos olhos e na mente.
De mim, nunca espere nada além da verdade e do compromisso de unir todo o estado nesse mutirão por uma vida melhor a cada dia. E vamos percorrer unidos. De mim, esperem o esforço diário com a construção de soluções e não com a construção de muros. De mim, esperem pontes para atravessar.

Fui, sou e seguirei parceiro dos prefeitos e prefeitas. Fui, sou e seguirei parceiro do Governo Federal. Fui, sou e serei parceiro de quem ama e quer o melhor para Goiás. Terei ao meu lado o vice-governador Daniel Vilela, um parceiro importante e estratégico para construir as soluções que Goiás precisa. Daniel entra hoje nesse movimento diário de trabalho, verdade e transformação e, tenho certeza, faremos uma ótima parceria para Goiás.
Estou aqui hoje unicamente pelo desejo da população e pela importância da democracia. Estou aqui hoje muito mais comprometido com Goiás do que estava em 1º de janeiro de 2019. Estou aqui hoje para seguir com o compromisso popular de romper o ciclo da pobreza e fazer um estado que se fortalece pela educação.
Estou aqui hoje com a certeza de que o povo de Goiás quer mais. E está certo em querer.
Podem acreditar. Nós iremos fazer muito mais, pois é preciso e é honesto avançar sobre o que já foi feito. Estamos juntos e unidos. Estamos renovando um compromisso com a honestidade, lealdade, seriedade e com a verdade. Estamos aqui hoje para dizer que Goiás não vai olhar pra trás.
O que temos de fato é uma estrada a ser percorrida. E vamos percorrer unidos, integrados e, como disse, com a verdade batendo em nossos corações.
Antes de finalizar, gostaria de agradecer a Deus pela oportunidade de estarmos aqui hoje. Agradeço à minha família, minha esposa Gracinha, que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos, às minhas filhas Anna Vitória, Maria e Marcela, ao meu filho Ronaldo Filho, os meus irmãos. Obrigado por serem meu esteio.
Muito obrigado e vamos em frente.

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Alan Ribeiro
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