
Especial para o OPINIÃO PÚBLICA (Jornal Diário da Manhã)
Sandro Ragonezi*
O candidato do Patriota ao governo de Goiás, Gustavo trouxe para sua campanha o único feito que ele entendeu como trunfo imbatível para que tivesse sucesso a empreitada de chegar ao Palácio das Esmeraldas: sua reeleição com 95% dos votos válidos dos aparecidenses. De fato é louvável, mas é bom lembrar a abstenção, somada aos votos brancos e nulos, chegou perto de 105 mil eleitores que não referendaram Mendanha. Não entendeu o candidato, no entanto, que a disputa majoritária a nível estadual é muito mais complexa do que uma disputa municipal, dada, sobretudo, às demandas enfrentadas por cada cidadão goiano em di- versas regiões do Estado, infinitamente maior do que o município de Aparecida de Goiânia. poeira e lama.
Ainda que insista em usar Aparecida de Goiânia um exemplo de sua gestão, Gustavo Mendanha é vítima da realidade que escapa aos limites do gabinete que ele herdou de Maguito Vilela, esse sim um gestor que fez toda a diferença na cidade Metropolitana. O discurso de Mendanha não coaduna com a realidade dos fatos. Na sua propaganda na TV, o candidato do Patriota insiste em propostas dissociadas da realidade. Ao criticar a gestão Caiado, dizendo que ainda há estradas sem asfalto em Goiás, Mendanha esqueceu de olhar para a própria gestão e ignorou o fato de que Aparecida de tem quase 30% de ruas e avenidas sem nenhuma infra-estrutura, forçando os moradores da cidade a conviverem com poeira e lama.
Noutro ponto, Gustavo Mendanha fala em ampliar os programas sociais criados por Ronaldo Caiado, que diga-se de passagem foi o governador que mais criou programas sociais na história do Estado. De novo o discurso de Mendanha não passa confiança. Mesmo com as demandas sociais agravadas pela pandemia do novo Coronavírus, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia foi incapaz de criar um único programa social continuado para fazer frente às necessidades mais prementes das familias carentes do município que governava. A situação na cidade só não foi pior porque o Governo do Estado atendeu grande parte dos vulneráveis de Aparecida de Goiânia com seus programas, a exemplo do Mães de Goiás e Aluguel Social, além de mais de 42 mil cestas básicas distribuídas para a população.
É preciso frisar que não faltou o dinheiro para que Mendanha socorresse seus munícipes, uma vez que, em 2021, o balanço do município fechou com uma disponibilidade líquida de caixa de quase R$ 200 milhões. Os mais de 30 milhões consignados para Assistência Social de Aparecida, apenas 21 milhões foram empenhados, ou seja, mais de 9 milhões deixaram de ser aplicados pela prefeitura e medidas que poderiam ter amenizado a situação dos moradores da cidade.
Nesta semana, o Centro de Liderança Pública (CLP) divulgou o Ranking de Competitividade dos Municípios de 2022, um estudo que avalia 65 indicadores, organizados em 13 pilares temáticos. Mais uma vez, sob a gestão de Gustavo Mendanha, despencou 42 posições em relação ao último Ranking. De todo o exposto, vê-se que o discurso do ex-prefeito não passa de retórica vazia e não guarda nenhuma relação com a realidade, nem mesmo do próprio município que ele administrou por cinco anos.
Sandro Ragonezi é blogueiro e colaborador deste blog.