Dicas de Evangelismo: A voz da nuvem

Ed René Kivitz, no programa ‘Provoca’, de Marcelo Tass, definiu o movimento evangélico brasileiro nos segmentos mais fundamentalistas e retrógrados: “uma religião tribal”.

Um outro pastor explicou-me recentemente a simbologia de um texto dos Evangelhos (São Mateus, 17, e São Lucas, 9): a transfiguração de Jesus. Levados a um monte, Pedro, Tiago e João viram a face de Cristo resplandecer como o sol, e suas vestes emanarem uma claridade como a da luz. Então viram Moisés e Elias a conversar com o Salvador.

Pedro ofereceu-se para fazer tendas: uma para o Mestre, uma para Moisés e uma para o grande profeta. E disse ser muito bom estarem ali. Surgiu porém uma nuvem falante: “Este é o meu Filho amado, em quem tenho prazer. Ouçam a Ele.”

Aterrorizados com tamanha sobrenaturalidade, os discípulos foram acalmados por Jesus, que lhes disse para não ter medo. Essa passagem das Escrituras diz (agora palavras minhas) da superioridade e sublimidade do Senhor Jesus.

Mas grande parte dos evangélicos igualam-no a Moisés e Elias, a representar a lei, o poder político e a profecia judaicas: legalidade ditada pela religião, centralidade da liderança, sacrifícios, barganhas, belicosidade, execrações públicas, espírito de vingança e de supremacismo.

No entanto, a página foi virada: “Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados pelos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, (…) por quem fez o universo. O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser.” (Hebreus 1:1-3)

É preciso reafirmar e insistir: Jesus é a expressão exata do ser de Deus. Tudo mais, no universo espiritual, apenas sombra.

No universo político, os supostos prepostos dEle são perversos impostores. Nossa tendência a adular salvadores da pátria e candidatos a ditadores decorre de ainda nos achar em uma teocracia.

Não! Deus não mais estabelece ‘reis’. Nós o fazemos. As mancadas na urna são de nossa responsabilidade. E nosso eleito deve conduzir-se de maneira humilde, laica, tolerante e inclusiva, submetendo-se a Ele.

Convém que Jesus cresça e todos diminuam (paráfrase de João Batista). Ouçamos a voz da nuvem.

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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