Dicas de Evangelismo: Onde está Jesus

ONDE ESTÁ JESUS?

Nunca existi. Sou Tiago, nome comuníssimo na época em que eu era ficção. Ainda sou. Faço este relato hoje, a condição de personagem me permite.

Meu pai não acreditava em nada espiritual. Me explicou como nasciam as crianças. Eu já estava quase virando homem. Era algo precoce, não existia essa tal adolescência. Chamou o processo de ‘concepção’ – e acrescentou:

– Corre um boato por aí que o tal Jesus nasceu por milagre, sem passar pelo processo. Crendice. Ridículo. Lenda.

Um dia vi Jesus, pela quinta ou sexta vez, logo após nossa infância. Ele parlamentava com os doutores da lei judaica. Ainda nem crescido direito, falava como mestre. Não poderia ser ‘normal’. Passei a procurá-lo sempre. Acompanhei sua trajetória e seu anonimato por muito tempo. Eu sabia da existência real dele.

Eu estava no casamento onde a água se transformou em vinho. Comentei com meu pai, que zombou:

– Se alguém nasceu do jeito que ele nasceu, pode fazer até chover. Isso é golpe. Magia. Alguma cilada.

Mais que o milagre, porém, marcou-me, no dia das Bodas de Caná, o olhar fixo dele. Abordou-me em seguida falando meu nome:

– Tiago, me chamo Jesus. Hoje te encontrei verdadeiramente. Saberá quem sou e onde estou.

Agradeci, fiz reverência, um brinde emocionado com o melhor vinho. Passei a acompanhá-lo de perto. Vários milagres. Palavras de sabedoria. Compaixão. Amor como eu nunca conhecera. Pedro um dia resumiu minha experiência:

– Tu és o Cristo, filho do Deus vivo!

Ele era perseguido pelos próprios ‘irmãos’ do judaísmo. Foi condenado pelo Império. Crucificaram-no. Queriam um líder político, terreno. Ele nunca teve essa missão.

No domingo bendito, fui ao túmulo. Alvoroço. Meu pai disse que discípulos lhe retiraram o corpo para simular uma ressurreição.

Em Emaús, diziam que estivera ali há pouco e do nada desaparecera. Perplexo, transtornado, berrei:

– Onde ele está?!!!

Ergueram um pedaço de pão, um apontou para o outro, outro para o próprio coração, outro para o alto, outro ainda para mim. E disseram juntos:

– Aqui, ali, lá e aí.

Segundos depois, ouvi num inglês ainda inexistente: ‘everywhere’*. Se eu existisse, acrescentaria: ‘menos no túmulo’.

* Em todos os lugares.

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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