
Pastor Osório usava inclusive o nome do Ministro da Economia Paulo Guedes. Segundo uma das vítimas, um empresário paulista, o pastor Osório oferecia um negócio de retorno inacreditável: em documento em nome dele, promete um retorno financeiro de mais R$ 2 quatrilhões.
Investimentos fabulosos, com promessa de retorno financeiro muito acima do normal. É assim que um homem que se apresenta como pastor Osório atrai vítimas, se valendo de apelos religiosos e das redes sociais como isca.
Em matéria do Programa Fantástico, Os repórteres mostraram como o pastor Osório continua aplicando golpes, e deixando pessoas no prejuízo, mesmo respondendo na Justiça por estelionato.
Antes mesmo de começar a aplicar golpes em São Paulo, segundo a polícia, ele já tinha dado um prejuízo grande no estado de Goiás, principalmente no interior do estado. São pelo menos R$ 15 milhões de pessoas que acreditaram na promessa dele.
Segundo uma das vítimas, um empresário paulista, o pastor oferecia um negócio de retorno inacreditável: em documento em nome dele, promete um retorno financeiro de mais R$ 2 quatrilhões. Valor que supera as fortunas somadas das dez pessoas mais ricas do mundo.
Depois que tentou receber a fortuna prometida, o empresário sofreu um grave acidente. Ele depositou R$ 300 mil para o pastor Osório. Depois de muita cobrança, conseguiu receber de volta R$ 90 mil e um carro importado.
Acidente
Empresário: Eu nunca quis receber um carro eu queria o valor em dinheiro.
Repórter: O senhor pega esse carro, sai na rodovia e o que acontece?
Empresário: De repente, eu vejo soltar o eixo da roda traseira do meu lado que voou para a outra pista. O carro capotou.
O empresário ficou seis meses sem conseguir andar: “Em alguns momentos eu achei que não resistiria aos traumas, as fraturas, as sequelas”.
Em nota, a advogada de Osório José Lopes diz que o carro capotou em razão de excesso de velocidade. O pastor não quis falar com o Programa. Mas, depois que foi procurado, divulgou vídeos na internet: “Eu nunca tive intenção de matar ninguém”.
Ele volta a prometer o pagamento aos credores, só não explica de onde virão os prometidos quatrilhões de reais.
O pastor Osório, que já é réu em Goiás, foi denunciado nessa sexta-feira pelo Ministério Público de São Paulo também pelo crime de estelionato.
Supostamente lastreado em ouro, os papéis teriam um valor “bilionário”. O pastor dizia que os títulos já contariam com autorização do governo federal, por meio do ministro da Economia, Paulo Guedes, para ser pagos. Uma afirmação claramente falsa, uma vez que o ministro nada tem a ver com os golpes aplicados pelo religioso.
Na tentativa de garantir credibilidade, o pastor usa, além no nome dos ministérios, logomarca de entidades financeiras, como Banco Mundial e o Banco do Brasil, em uma plataforma de investimento conduzida pelo grupo.
Há pelo menos nove anos, o pastor viaja país afora e, com a ajuda de arregimentadores, capta novos investidores interessados em receber até 100 vezes o valor aportado assim que os títulos estiverem prontos para ser resgatados. Em sua maioria, os compradores são fiéis de igrejas evangélicas, além de parentes e amigos próximos ao pastor. Em apenas um dos grupos criados no Telegram, há cerca de 8 mil “clientes”.
Abuso da fé
Carismático, com oratória afiada e abusando de passagens bíblicas para reforçar um discurso de fé, o pastor ganhou fama e dinheiro nos últimos anos. De acordo com vítimas que viram suas economias descerem ralo abaixo após falsas promessas de rentabilidade, o pastor moraria em uma confortável casa num dos condomínios fechados de Alphaville, em São Paulo.
Banco Efraim
Segundo um investidor, que há três anos tenta receber os valores prometidos, o pastor criou um banco de dados hospedado em uma plataforma em que os clientes podem acompanhar as supostas operações financeiras feitas pela equipe do religioso. Chamado de Banco Efraim, o dispositivo costuma ser lembrado por Osório José durante a gravação dos vídeos diários.
Cerca de 70 mil pessoas teriam fornecido dados pessoais e transferido dinheiro para as contas do pastor. “Osório começou a barganhar e a vender parte dos títulos dizendo que o governo dos Estados Unidos iriam pagar pelos supostos papéis internacionais. Algumas pessoas compraram esses títulos por valores que poderiam variar entre R$ 100 mil e R$ 500 mil”, ressaltou.
Para faturar dos fiéis que não possuíam grande poder aquisitivo, Osório teria começado a vender pequenas frações dos supostos títulos de Letra do Tesouro Mundial. “Dessa forma, ele acreditava que alcançaria muito mais pessoas por um valor menor, mas ganharia no volume de clientes captados, e assim ocorreu”, analisou a vítima.