
A Polícia Civil de Goiás anunciou neste sábado (12/3) que o atentado contra a coordenadora da Polícia Técnico-Científica de Goiás em Caldas Novas, Káthia Mendes Magalhães, foi uma farsa.
A perita criminal Káthia Mendes Magalhães, de 40 anos, teria forjado o ataque contra si mesma pedindo para que um ex-colega de trabalho atirasse nela.
Ao ser confrontada com as provas coletadas pela Polícia Civil, Kátia confessou ter planejado o ataque a si mesma e deu mais detalhes da simulação aos investigadores.
Testemunhas relataram aos policiais que foram procuradas pela perita há um mês com a proposta de forjar um atentado contra ela para facilitar sua mudança de cidade. Essas testemunhas não aceitaram cumprir o plano.
Kátia pediu então para que um ex-servidor, que trabalhou com ela durante um tempo, simulasse o atentado e atirasse nela. O ex-servidor confessou ter feito o disparo com um revólver calibre .32 que a perita entregou para ele no dia que a farsa foi colocada em prática.
Ele deixou a arma em um armário usando chaves fornecidas por Kátia. O revólver foi recolhido pelas equipes da Polícia Civil no local indicado. A arma faz parte de material apreendido como prova de crimes e tem a numeração raspada.
A Polícia Civil também apreendeu os celulares da perita criminal. A polícia ainda procura pelo segundo ocupante que estaria na moto no momento em que Kathia foi baleada.
“Surreal”
Em coletiva de imprensa na tarde deste sábado em Goiânia a respeito do caso, o secretário Rodney Miranda definiu o caso como “surreal”. De acordo com ele, em 40 anos de atividade policial nunca se deparou com uma situação semelhante usando tal justificativa (mudança de endereço e progressão na carreira) como motivação.
O secretário informou, inclusive, que a real motivação do episódio continuará sendo investigada. “Foi uma coisa totalmente fora de propósito”, afirmou, a respeito das explicações da perita. “Não é possível, isso não entra na minha cabeça”, acrescentou.
Segundo Rodney, as desconfianças da polícia aumentaram a partir do momento em que a perita pareceu não contribuir com as investigações, mesmo após a criação de uma força-tarefa para apurar o caso. E bastaram poucas horas de investigação para que o caso fosse esclarecido. Tanto a perita quando seu comparsa no caso confessaram a fraude.
Kathia e a pessoa que a ajudou vão responder pelos crimes de peculato, fraude processual e porte ilegal de arma de fogo. O homem responderá ainda por lesão corporal grave, mesmo que o tiro tenha sido consentido.
A mulher vai ainda passar por procedimento administrativo disciplinar que pode levar à sua exoneração. Ela tem 11 anos de atividade policial: seis anos como escrivã da Polícia Civil e cinco anos como perita criminal. No posto de Caldas Novas ela está há 1 ano e meio. Kathia ficará afastada do trabalho enquanto a apuração estiver em andamento.
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