Jornalismo com erro não pode ser chamado de fake news.

Por Redes Cordiais

O termo fake news já foi dicionarizado em inglês há algum tempo. O Cambridge o define assim:

“False stories that appear to be news, spread on the internet or using other media, usually created to influence political views or as a joke”.

(“Histórias falsas que parecem ser notícias, divulgadas na internet ou usando outros meios de comunicação, geralmente criadas para influenciar opiniões políticas ou como piada”.)

Repare que o verbete já é direto ao distinguir o que se popularizou como fake news do jornalismo, quando diz que parece notícia: “appear to be news”.

E não é notícia mesmo, por isso quem trabalha no combate à desinformação evita usá-lo. Afinal, se é falso não é notícia, concorda?

Por causa desta pegadinha do termo, qualquer pessoa que é alvo de uma notícia negativa, ainda que seja verdadeira, chama de fake news aquilo que precisa negar, mesmo que tudo esteja absolutamente correto.

Quantos políticos você já não viu negar fatos chamando-os de fake news?

Existe, entretanto, um problema ainda maior nisso tudo: quando o jornalista comete um erro.

Sim, é claro que o jornalismo também erra, a exemplo dos médicos, dos engenheiros, dos professores e de qualquer pessoa.

Mas mesmo o erro do jornalismo não pode ser chamado de fake news, porque também não são sinônimos.

O jornalismo tem mecanismos próprios ou jurídicos — o direito de resposta, assegurado pela Lei 13.188 — para consertar uma informação errada.

O leitor sempre sabe quem fez uma reportagem jornalística, seja pela identificação do veículo em que ela foi publicada, seja pelo jornalista que a assina.

Mas o autor de uma fake news quase sempre se esconde no anonimato, até porque o interesse dele provavelmente não foi informar corretamente.

Então, atenção redobrada. Cobre jornalistas por qualquer informação errada, mas não contribua para confundir ainda mais as pessoas.

Lembre-se da definição do dicionário em inglês:

“Histórias falsas que parecem ser notícia, espalhadas na internet ou em outra mídia, geralmente criadas para influenciar visões políticas ou como uma piada”.

O Blog do Alan Ribeiro Jornalismo de Verdade é signatário do programa Redes Cordiais que tem como objetivo a reformulação dos costumes dos usuários das redes sociais, evitando dessa forma ataques a profissionais da imprensa e demais formas de ofensas às pessoas que verdadeiramente produzem notícias.

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

Alan inicia seus trabalhos com o único objetivo, trazer a todos informação de qualidade, com opinião de pessoas da mais alta competência em suas áreas de atuação.

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