Nos tempos idos, fazendeiros e pequenos produtores, plantavam culturas tais como: arroz, feijão, mandioca, quiabo, abóbora etc. para garantir a sobrevivência de suas famílias, na esperança que São Pedro, lhes mandassem chuvas, no tempo certo, para não perder suas plantações.
Com o passar do tempo, o desmatamento irregular, as agressões ambientais, dentre elas: o açoriamento, a derrubada das matas ciliares, a depredação das nascentes, as queimadas, o uso indiscriminado da água, para garantir irrigações irregulares, dificultaram as coisas para São Pedro, o clima mudou e as chuvas, começaram a atrasar e serem cada vez mais esparças.
Resultado: quem planta e olha para cima, para ver se a chuva vem, tem tido cada vez menos resultado positivo.
O mesmo modus operante, ocorreu com quem cuida do sistema de abastecimento de água no país e passa as regras aos Estados.
Nos últimos cinquenta anos, não houve planejamento e muito menos investimentos, capazes e evitar o que está se passando atualmente no país.
A falta de água tem comprometido o abastecimento e também o sistema elétrico.
Os operadores do sistema de abastecimento de água, no país, ainda agem como o velho produtor. Olham para cima e torcem para que São Pedro, velho e cansado, com tanto amadorismo, mande chuvas no tempo certo para encher os reservatórios e garantir água e energia para o país.
O resultado desse amadorismo tem sido: quedas constantes de energia, uso contínuo de termoelétricas, (fazendo com que as tarifas alcancem a faixa vermelha) e pesem no bolso de empresários e consumidores tanto pelo aumento de ambas as contas e também contribuindo para o aumento da inflação, que volta a preocupar os brasileiros.
Pelo jeito o racionamento será inevitável. Se falta capacidade e interesse para planejar, que pelo menos copiem o que foi feito nos Emirados Árabes, em Israel e outros países cujo deserto predomina sobre a paisagem.
Júlio Paschoal
Economista e Professor da UEG-GO