Júlio Paschoal: CONVITE OU INTIMAÇÃO

No país cujo déficit fiscal gira em torno de 2,2% do PIB, ou R$186,0 bilhões, pasmem os senhores, para se entregar um convite ao presidente, a marinha irá colocar praticamente todo seu aparato militar, na praça dos três poderes.

Um gasto desnecessário para um evento que acontece todos os anos e que nunca, foi cercado de tanta pompa.

Vocês realmente acreditam que esse desfile e o desperdício de recursos públicos é para entrega de um convite?

Não seria uma forma de intimidar o poder legislativo, para que a derrota do voto impresso, seja menor e não exponha negativamente o presidente, uma vez que ele mais do que ninguém defendeu a impressão do voto, para evitar fraldes que tanto falou, mas que não apresentou provas.

Infelizmente soa intimidação, usar a marinha, para satisfazer as vontades de um presidente, no mesmo dia e hora da votação na Câmara Federal.

Não seria melhor utilizar esses recursos para a compra de mais vacinas, ou não gastá-lo, para não ampliar o déficit ou mesmo pagar menos juros, pelos títulos que diariamente colocam no mercado, para se capitalizar e cumprir com suas obrigações.

Na democracia não cabe intimidações e sim, respeito: a independência dos poderes, aos resultados das votações, equilíbrio e bom senso.

Júlio Paschoal

Economista e Professor da UEG

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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