
A mais de 20 anos, se aprovou a obrigatoriedade da União, Estados e Municípios, destinarem 25% de suas receitas correntes, para a educação.
Na oportunidade como professor de uma universidade pública, imaginei que a educação desse um salto qualitativo no Brasil.
Na verdade minha expectativa foi frustrada, porque apesar dos volumosos recursos, a educação deu um salto quantitativo.
Por que digo isso? Porque mais escolas, foram construídas, reformadas, adquiriu computadores, montou bibliotecas, o mesmo ocorreu nas universidades.
No entanto o ensino não melhorou, pelo contrário piorou, as pesquisas ficaram muito aquém pois a grande maioria não saiu do papel e muitos temas pesquisados, pouco acrescentaram.
Onde está o problema? Na falta de recursos orçamentários, para que os 5 pilares da educação possam de fato ocorrer de forma integrada.
Os gestores imaginaram que investir por si só em infraestrutura, o problema do aprendizado seria resolvido, se equivocaram pois educação não se faz sem: ensino, pesquisa, capacitação profissional continuada, valorização salarial do professor e infraestrutura.
Investir em apenas um ou outro de forma fragmentada, não muda nada e os continuarão tendo um baixo desempenho.
Diante do cenário proponho a delimitação dos 25% nestes cinco pilares, onde cada um teria 5% e portanto dotação orçamentária, para modificar os destinos da educação no nosso país.
O item valorização salarial é fundamental, tanto é que na Alemanha, professores ganham mais do que desembargadores ou outro profissional.
Partem do princípio que sem o professor, nenhuma outra profissão se estabelece, razão do seu reconhecimento.
No Brasil professores precisam fazer bicos para viver e nem conseguem preparar aulas que de fato permitam a aprendizagem.
A partir do momento que se destacar 5% das receitas correntes líquidas, dos Entes Federados, para que se façam a recomposição salarial em todos os níveis, os professores, se dedicarão apenas ao planejamento e preparo das aulas, isto sem dúvida transformará ainda mais a vida dos brasileiros, principalmente o das classes menos favorecidas, lhes abrindo reais possibilidades no mercado.
Júlio Paschoal
Economista e Professor da UEG-GO