
O dia 19 de junho ficará marcado não pelos 900 dias de governo, mas sim pelo fato do Brasil, nesse dia ter alcançado meio milhão de óbitos, por COVID-19 e suas mutações.
Mais do que as realizações na área da infraestrutura e saúde, (abertura de 24 mil leitos de UTIS, nos municípios brasileiros e compras de respiradores e metros cúbicos de oxigênio), o governo foi lembrado pela negligência e demora na reserva para a aquisição de vacinas.
A opção do governo por outra forma de tratamento não o impediria de atuar fortemente para adquirir vacinas, (instrumento considerado eficaz no mundo inteiro no combate de doenças), no entanto não agiu dessa forma, trocou a ciência por evidências.
No caminho adotado desdenhou do vírus, das vacinas, fazendo do combate a doença um jogo político sórdido.
A antecipação das eleições presidenciais aflorou o debate entre esquerda e direita, numa hora imprópria, isto também contribuiu para ceifar a vida de milhões de famílias.
Não satisfeito incitou aglomerações, mediante mobilização de apaixonados nas ruas, através de passeatas, carreatas e outras formas de manifestações, que ao final, acabavam em discursos com os participantes desrespeitando todas as regras sanitárias, principalmente o uso de máscaras.
De um lado a direita de outro a esquerda, todos se amontoando, enquanto nos hospitais, as pessoas morrem por falta de leitos, sedativos, oxigênio, UTIS, uma vez que a demanda por vagas é muito maior do que a oferta.
Pergunto: Quantas vidas ainda terão que ser perdidas para que o chefe de Estado, entenda que esse cenário catastrófico precisa parar?
Não se pode achar normal que todos os dias mais de duas mil e trezentas pessoas percam suas vidas.
O país precisa imunizar o quanto antes todos os brasileiros com a primeira e segunda dose das vacinas disponíveis.
Não interessa a origem e sim que sejam vacinas aprovadas por quem de direito: a ANVISA.
Chega do nós contra eles ou deles contra nós, somos todos brasileiros, independente de raça, cor, gênero e classe social.
O inimigo é o vírus e não cada um de nós, questões ideológicas devem ser deixadas de lado.
Júlio Paschoal
Economista e Professor da UEG