No Brasil há duas mil e cem Santas Casas de Misericórdia, com objetivo de atender principalmente as classes mais empobrecidas da sociedade, sem com isso deixar de atender a população em geral.
Na maioria dos municípios se colocam como a principal unidade de saúde e mesmo havendo outras unidades públicas e privadas, tem dado sua parcela de contribuição nos vários pronto socorros , que estas unidades dispõem para o atendimento 24 horas.
Por lei a manutenção das Santas Casas, advém do governo federal na ordem de 70% e dos governos estaduais com 30%. Nenhum município, tem obrigação mensal de mantê-las, o que não impede de conveniar com cada um e atender dentro desse conceito.
Nos últimos anos com o endividamento do governo federal e dos estados, os repasses passaram ser feitos com até seis meses de atraso, comprometendo o funcionamento normal, nos pronto socorros e nas casas de acolhida mantidas por elas como no Rio de Janeiro.
A de Anápolis, encerrou suas atividades este mês. A de Catalão nos últimos anos tem funcionado a reboque, isto porque a prefeitura, tem feito muito mais do que sua obrigação, mesmo fato ocorrido com Goiânia.
A pandemia tem mostrado que não apenas as Santas Casas, mas todo o sistema de saúde, no Brasil, vive um processo falimentar e de descaso.
O Sistema Único de Saúde – SUS, apesar de exemplo para todo o mundo, se encontra com valores defasados para: consultas, exames, cirurgias, internações, comprometendo o atendimento a quem dele faz uso.
Na rede pública pacientes normalmente esperam até dois meses, para uma consulta, seis meses para exames e até dois anos para uma cirurgia.
A situação só não está pior devido as doações de entidades religiosas e civis, mas é preciso que os governos, passem a honrar seus compromissos, pois as unidades da saúde públicas e privadas, lidam com vidas e vidas importam.
Júlio Paschoal
Economista e Professor da UEG