O open banking chega ao mercado em 2021 e promete revolucionar o sistema financeiro. Com a tecnologia, os clientes de fintechs e instituições bancárias poderão compartilhar seus dados com outras empresas do setor. A ideia é incentivar a competição e proporcionar serviços de melhor qualidade. Entenda os detalhes a seguir.
O que é open banking
O open banking é um sistema que permite o compartilhamento de dados e serviços entre instituições financeiras diferentes. Isso pode ser feito graças a uma tecnologia padronizada.
Com o ecossistema integrado, o Banco X consegue solicitar informações relativas ao cliente do Banco Y, que vão desde CPF/CNPJ até renda e perfil de consumo. Porém, essa transmissão só é feita com o consentimento da pessoa.
Países como Reino Unido e Austrália já operam nessa realidade. Além deles, Estados Unidos, Índia, Japão e a União Europeia estudam maneiras de implementar o conceito.
Mas por que abrir a comunicação entre as organizações? Para ampliar a gama de produtos financeiros personalizados.
Por exemplo, imagine que você queira pedir um empréstimo, mas não abriu conta em nenhuma instituição que ofereça o serviço. Nesse caso, o processo pode ser bem burocrático, já que as empresas não têm meios para aferir sua capacidade de pagar a dívida.
Com o open banking, basta permitir o acesso ao seu histórico de pagamentos. Assim, os bancos e as financeiras vão conhecer melhor a sua situação, o que aumenta as chances de aprovação do crédito.
Ou seja: você deixa de depender apenas dos produtos e das taxas de seu banco. Dá para ter conta na Instituição A, cartão de crédito na Instituição B e aplicações na Instituição C, aproveitando as melhores condições de cada uma delas.
Como o open banking funciona
Todas as operações de open banking poderão ser feitas no site ou no aplicativo móvel da instituição financeira. Não é necessário instalar um software específico.
O primeiro passo é a liberação de dados. O cliente deve solicitar a transmissão no site ou app do banco que vai receber as informações. Então, essa empresa entra em contato com o banco de origem da pessoa para obter o material.
O banco de origem, por sua vez, envia uma mensagem ao cliente para confirmar a solicitação. Caso o indivíduo autorize, os dados serão liberados para a instituição de destino. É mais ou menos como ocorre com a portabilidade de crédito.
Vale ressaltar que as informações bancárias só são compartilhadas mediante o consentimento do usuário. Isso significa que bancos, fintechs e corretoras não podem trocar dados entre si sem o consumidor saber.
O conteúdo também fica acessível à empresa receptora por tempo limitado. Depois do prazo, o usuário terá que renovar o consentimento para a instituição utilizar as informações de novo.
Importante: o open banking do Brasil é regulado pelo Banco Central. A entidade define regras para garantir a segurança das transações e a confidencialidade dos dados pessoais.
Como o open banking vai funcionar no Brasil
A implementação do sistema foi dividida em quatro fases. Na primeira etapa, ocorre o compartilhamento de informações sobre canais de atendimento, serviços e produtos financeiros tradicionais. Nesse ponto ainda não há participação dos consumidores.
O público entra na segunda fase, prevista para julho de 2021. Nesse momento será possível compartilhar dados cadastrais e informações sobre operações de crédito, movimentações da conta e uso dos cartões.
Na terceira etapa, o open banking se conecta às estruturas de pagamento. Os usuários já poderão contratar crédito de outras companhias, ou então realizar transações bancárias sem acessar o internet banking da instituição detentora.
Por fim, a quarta fase contempla operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência. A expectativa é de que as pessoas consigam compartilhar esse tipo de informação antes do fim do ano.
Tipos de instituições que podem participar
Diversas instituições estão envolvidas no também chamado Sistema Financeiro Aberto. Entre elas, podemos citar:
– Bancos;
– Cooperativas de crédito;
– Corretoras de títulos;
– Empresas de câmbio;
– Administradoras de cartão de crédito;
– Instituições de pagamento que ofereçam empréstimos ou financiamentos;
– Fintechs;
– Entre outras.
Vale lembrar que as maiores companhias são obrigadas a participar do open banking. As demais têm adesão voluntária. No site da iniciativa, você encontra uma relação completa das instituições que já estão no sistema.
Vantagens do open banking
O open banking traz uma mudança significativa ao sistema financeiro do país. Agora os dados bancários não são mais propriedade exclusiva de uma empresa. É o cliente que decide quais informações revelar e com quem compartilhá-las. Esse maior controle leva às seguintes vantagens:
Liberdade de escolha
O open banking confere autonomia para a pessoa migrar de uma instituição financeira à outra. Ela não fica mais presa a processos burocráticos, que dificultam bastante esse tipo de mudança.
Diversidade de produtos
Tal liberdade desperta a competitividade entre as organizações. De hoje em diante, bancos e fintechs terão que disponibilizar produtos financeiros mais atrativos para cativar a clientela. A experiência de atendimento também conta: sai na frente a empresa que oferecer um serviço amigável, sem complicação nem burocracia.
Menos custos
O open banking é gratuito para pessoas físicas. Mas não se trata só disso. Num cenário competitivo, a tendência é que as operadoras de crédito trabalhem com taxas reduzidas. Os clientes agradecem!
O open banking é seguro?
O ecossistema integrado do open banking foi desenvolvido para proporcionar um ambiente seguro aos usuários. Nesse contexto, as instituições participantes precisam cumprir uma série de requisitos que garantam a autenticidade, a proteção e o sigilo dos dados compartilhados.
Estão previstos mecanismos de acompanhamento e controle. Eles seguirão regras específicas para responsabilizar as empresas e seus dirigentes, em caso de irregularidade.
Também cabe lembrar que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor no ano passado. Ela prevê punições severas para quem utilizar informações dos usuários de maneira indevida, ou então para empresas que tiverem esse material exposto após uma falha na segurança.
Junto a isso, o Banco Central orienta que o fluxo de autorização para compartilhamento de dados siga outros protocolos já adotados pelas instituições. Entre eles estão senha, biometria ou reconhecimento facial.
Resumindo: sim, o open banking é tão seguro quanto Pix e demais soluções financeiras que vêm surgindo nos últimos tempos. Pode confiar na novidade sem medo!
Fonte Blog Cresol