CPI abre e Renan pede punição por mortes

A CPI do Senado que vai investigar a atuação do governo federal durante a pandemia de Covid-19 começou a trabalhar nesta terça-feira impondo derrotas ao Executivo. A primeira delas foi a nomeação de Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria, após o TRF-1 derrubar a liminar em primeira instância contra a medida obtida pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP). A outra foi a constatação de que há um traidor entre as fileiras na comissão. Embora quatro dos 11 integrantes da CPI sejam identificados como governistas e tenham discursado em defesa de Jair Bolsonaro, um deles votou no independente Omar Aziz (PSD-AM) para a presidência da comissão. (Estadão)

Ciro Nogueira (PP-PI) admitiu ter sido o voto governista para Aziz, alegando que este prometeu se imparcial. (Jornal Nacional)

Renan assumiu a relatoria com um discurso duro. Disse que não fará perseguições, mas afirmou que é preciso punir “imediata e emblematicamente” os responsáveis pelas mortes durante a pandemia. O senador falou ainda que não vai ser intimidado por “arreganhos”, numa referência à campanha contra ele feita pelas redes bolsonaristas. (G1)

Malu Gaspar: “Integrantes da CPI avaliam que Renan passou do ponto nas críticas ao governo em seu discurso na abertura da comissão. Para esses senadores, se o tom adotado tivesse sido mais moderado, eles poderiam ter aprovado ainda ontem os requerimentos para a convocação dos quatro últimos ministros da Saúde.” (Globo)

Um dos primeiros a serem ouvidos na CPI, já na próxima terça-feira, deve ser o ex-ministro Henrique Mandetta, demitido em abril do ano passado por divergências com Bolsonaro sobre a condução do combate à pandemia. O requerimento deve ser votado amanhã. Depois será a vez de seus sucessores, o médico Nelson Teich, que pediu demissão após 28 dias, supostamente devido a pressões para aprovar o uso de tratamentos sem eficácia, e o general Eduardo Pazuello, executor da política que agora está sendo investigada. (Poder360)

Apesar de a CPI já estar instalada, a guerra nos bastidores continua. Ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), negou o pedido do senador governista Luiz do Carmo (MDB-GO) para que os trabalhos da comissão só começassem em outubro. Segundo ele, qualquer decisão sobre o funcionamento da CPI cabe aos integrantes da comissão. (UOL)

E o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) chamou Pacheco de “ingrato” por ter instalado a CPI e permitido que Renan assumisse a relatoria. O presidente do Senado foi eleito para o cargo com apoio de Jair Bolsonaro, pai do senador Zero Um e potencial alvo da comissão. (Globo)

Thomas Traumann: “A CPI da Covid é mais perigosa para o futuro político de Jair Bolsonaro do que os quase 400 mil cadáveres acumulados na sua gestão da pandemia. O que a CPI pode descobrir, e consequentemente mudar o futuro político de Bolsonaro, é se houve desvio de dinheiro público na compra das vacinas.” (Veja)

Fonte Portal Meio

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

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