300 mil vidas! Toda vida importa!

Um ano e 12 dias após a primeira morte por Covid-19, o Brasil atingiu a assustadora marca de 300 mil vítimas fatais da doença. Mais precisamente, 301.087, contando os 2.244 óbitos registrados ontem, com uma média móvel em sete dias de 2.279. Mas o número pode estar subestimado. Na terça-feira o Ministério da Saúde mudou os critérios de confirmação de óbitos, fazendo cair artificialmente o total de mortos em pelo menos três estados, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Após protestos, o ministério desistiu da mudança.

O Presidente Jair Bolsonaro reuniu ontem no Palácio da Alvorada os presidentes dos Três Poderes, seus ministros e um grupo de governadores aliados para criar um comitê anti-Covid que coordenará as ações contra a pandemia. Os governadores presentes cobraram mudanças de postura do presidente, incluindo autonomia do Ministério da Saúde, uma retórica menos radical e o abandono da defesa de “tratamento precoce” sem respaldo científico – que Bolsonaro voltou a defender após o encontro.

Em sua primeira entrevista coletiva já como ministro da Saúde, Marcelo Queiroga disse que a meta do governo é vacinar um milhão de pessoas por dia “no curto prazo”. Na prática, isso significa mais que dobrar o ritmo atual de vacinação. Segundo dados do consórcio de veículos de comunicação, a média de vacinas aplicadas nos últimos sete dias foi de 421,2 mil doses. O ministro não explicou como pretende atingir essa meta.

A Covid-19 já matou mais de 300 mil brasileiros sem dar sinais de recuo. Contra o vírus em si, o jornalismo de qualidade pode pouco, mas cabe a ele enfrentar os aliados deste morticínio: a desinformação e o negacionismo.

 

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Alan Ribeiro
Alan Ribeiro

Alan inicia seus trabalhos com o único objetivo, trazer a todos informação de qualidade, com opinião de pessoas da mais alta competência em suas áreas de atuação.

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